O Brasil voltará a assumir a presidência do Brics a partir de 1º de janeiro de 2025, após seis anos fora do comando. O retorno à presidência deveria ter ocorrido no início deste ano, conforme as regras de rotatividade, mas o governo brasileiro decidiu adiar, pois também assumiu a presidência do G20 no começo de 2024. Com isso, a Rússia ficou responsável pela presidência do Brics.
No próximo ano, o governo brasileiro adotará o lema "Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável", abordando pautas voltadas para a redução da desigualdade, como o combate à fome e à pobreza.
Segundo o secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores, Eduardo Paes Saboia, a atuação do governo brasileiro em relação às atividades do Brics deve se concentrar no primeiro semestre. No segundo semestre, o foco será a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém (PA).
Nesta semana, na Rússia, ocorrerá a primeira reunião ampliada do grupo, com a participação de Irã, Emirados Árabes, Etiópia e Egito, além dos países já membros – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Inicialmente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participaria presencialmente, mas sofreu um acidente doméstico que o impede de realizar viagens internacionais.
De acordo com a Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto, o presidente Lula participará da cúpula do Brics de forma remota, por videoconferência.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a reunião desta semana deverá tratar de temas como a crise no Oriente Médio, a cooperação financeira entre os membros, desenvolvimento sustentável e a reforma de instituições. Além disso, o multilateralismo estará em pauta, abordando a possível entrada de novos "países parceiros".
Formação do Brics em jogo
Embora a entrada no Brics ocorra mediante convite, 34 países já demonstraram interesse em se juntar ao grupo, e 23 formalizaram pedidos de adesão, entre eles Cuba, Bolívia, Turquia, Sérvia e Vietnã, conforme informações do governo russo.
De acordo com o grupo, os critérios estabelecidos para a adesão incluem a defesa da reforma da Organização das Nações Unidas (ONU), manter relações amigáveis com os atuais membros e não apoiar sanções econômicas que não tenham sido autorizadas pela ONU.
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Além disso, fazer parte do G20 ou o Novo Banco de Desenvolvimento (Banco dos Brics) e garantir diversidade geográfica são fatores relevantes para a adesão, conforme destaca o chefe da assessoria especial da Presidência da República, Celso Amorim.