Candidato à reeleição, Ricardo Nunes almoça com Bolsonaro e Temer -  (crédito: LEONARDO EICHINGER/ESTADÃO CONTEÚDO)

Candidato à reeleição, Ricardo Nunes almoça com Bolsonaro e Temer

crédito: LEONARDO EICHINGER/ESTADÃO CONTEÚDO

O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), reúne-se, nesta terça-feira (22/10), com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o presidente do MDB, Baleia Rossi, e outras autoridades e convidados em um almoço, na capital paulista. A expectativa de Nunes é fortalecer, com Bolsonaro, a campanha eleitoral a cinco dias do segundo turno.

 

 

A assessoria de Bolsonaro afirmou que o ex-presidente Michel Temer (MDB) também participará do almoço, que terá mais de 400 convidados. "Vai ser um almoço festivo para consagrar a derrota da esquerda, e marca a aliança e alinhamento da direita com a parceria com as lideranças paulistas", declarou Fabio Wajngarten, ex-ministro e assessor de Bolsonaro.

Depois do almoço, Bolsonaro deve permanecer em São Paulo para outros compromissos, que incluem a participação no podcast da campanha de Nunes, à tarde, e uma ida a um evento religioso, à noite. Amanhã, o ex-presidente irá para Santos com a mulher, Michelle Bolsonaro.

 

Na mais recente pesquisa de intenção de votos para o 2º turno, divulgada ontem pela AtlasIntel, Nunes apresentou crescimento em relação ao adversário, o deputado federal Guilherme Boulos (PSol). O prefeito tem 54,8% das intenções de voto contra 42,2% de Boulos. "O momento marca a arrancada final para as eleições com essa enorme aliança em São Paulo, a maior metrópole do país, contra a esquerda de Boulos. E ele faz parte de uma estratégica para o retorno da direita em 2026", destacou Wajngarten.

 

Apesar de estar atrás de Nunes nas pesquisas, Boulos também cresceu na preferência do eleitorado paulista. Na pesquisa anterior, ele estava com 37%. O que encolheu foi o percentual de quem se declara indeciso.

 

 

"Carta ao povo de SP"

Similar à estratégia adotada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, Guilherme Boulos divulgou, nesta terça-feira (22/10) um documento intitulado Carta ao Povo de São Paulo para tentar reduzir a taxa de rejeição de sua candidatura.

 

"A periferia mudou. Você, mulher, que foi abrir seu salão, vender salgados na garagem de casa ou na porta do metrô, sabe disso. Você, jovem, que financiou uma moto e foi trabalhar sem parar e sem nenhuma proteção, sabe disso", destacou o candidato, em um dos trechos.

 

O candidato do PSol tenta uma aproximação com empreendedores individuais e trabalhadores informais, público que teve forte adesão à campanha do ex-candidato Pablo Marçal (PRTB). "Nosso governo será de diálogo e construção conjunta, sem amarras a qualquer tipo de sectarismo. Reconheço também que, pelo nosso propósito de olhar sempre para os invisíveis, muitas vezes nós da esquerda deixamos de falar com tanta gente que também batalha, sofre o dia a dia das periferias e que buscou encontrar sua própria forma de ganhar a vida", acrescentou.

 

O presidente Lula, ao disputar pela terceira vez a Presidência da República, lançou um documento parecido. A Carta ao povo brasileiro foi parte de uma estratégia para angariar apoio do setor econômico, que apresentava resistência à candidatura do petista pelo histórico de sua luta popular. O feito se tornou um marco na campanha do sindicalista, em 2002, ano em que venceu as eleições formando chapa com o empresário José Alencar.

 

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Boulos demonstra, por meio da carta lançada ontem, a preocupação em justificar a trajetória ligada ao movimento social, mas espera afastar a pecha de radical. "Muitos ficam assustados com a minha trajetória no movimento social. Outros se questionam sobre se conseguiremos dar conta ou se vamos dialogar com quem tem visões diferentes. E, por isso, ficam receosos de apostar na mudança que representamos, mesmo sabendo que a cidade não está boa. Peço aqui um voto de confiança a vocês".

 

Em ato de campanha na frente da prefeitura de São Paulo, no Viaduto do Chá, ele declarou: "Nosso governo será de diálogo, sem nenhum tipo de amarra ideológica".