ENTREVISTA

Reginaldo Lopes sobre mudanças no PT: 'Quero ser o provocador'

Em entrevista ao EM, deputado federal diz que quer promover debates para se manter alinhado com demandas da população

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Durante a campanha e, essencialmente, após o primeiro turno das eleições deste ano, o deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) despontou como um crítico interno das estratégias de comunicação do Partido dos Trabalhadores (PT) e das decisões tomadas nos pleitos municipais. Em entrevista ao Estado de Minas nesta terça-feira (22/10), o parlamentar explicou sua concepção de que a legenda tem que se aproximar de campos que hoje o tratam como antagonistas.

Na visão de Lopes, o PT é mais bem sucedido na prática do que no discurso e acaba por angariar a antipatia do agronegócio e dos pequenos empreendedores, por exemplo. Segundo o petista, os primeiros governos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram essenciais para o crescimento desses segmentos da economia, mas uma deficiência de discurso os afastou o do petismo.

“O PT é o partido mais fantástico que o Brasil já teve. Ele constrói sua unidade na diversidade e está faltando esse debate. Quero ser o provocador. Chegou a hora de o partido ter a compreensão de que nem tudo está certo e nem tudo está errado, que devemos ter orgulho do nosso legado e da nossa trajetória; já fizemos muito pelo Brasil e temos orgulho do que realizamos. O governo Lula consolidou a democracia, o Brasil está muito melhor, muito mais pacificado, e os resultados macroeconômicos são excelentes. No entanto, o povo quer mais. Isso não é apenas uma demanda do Brasil, é uma demanda mundial”, analisou.

Para o deputado, o partido precisa aprimorar o discurso e modernizar sua atividade para se perpetuar como agente importante na política brasileira. Reginaldo Lopes avalia que o PT exerceu um papel de promotor de mudanças sociais e agora precisa dar resposta às novas necessidades da população.

“O PT está enraizado na sociedade, que o compreende como um bom instrumento para conquistas e avanços sociais. Contudo, cumpriu seu papel e agora enfrenta o novo desafio da necessidade de reformulação e de respostas mais objetivas, pelo menos para um terço da sociedade que deseja mais Estado, mais respostas e mais eficiência nos gastos públicos. Além dos nomes, o mais importante é um projeto que transforme o PT em uma escola de formação política permanente, uma escola de elaboração de políticas públicas contínua, um partido capaz de eleger um vereador em qualquer cidade, mas que chegue lá para orientar a atuação daquele legislador e que consiga dialogar com as prefeituras, fazendo diferença na vida da comunidade. Acho que esse é o grande papel do partido”, analisa.

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