Bruno Engler esteve no Estado de Minas -  (crédito: JAIR AMARAL/EM/DAPRESS)

Bruno Engler esteve no Estado de Minas

crédito: JAIR AMARAL/EM/DAPRESS

Uma gestão "bem melhor" do que a de Fuad Noman (PSD). Foi assim que Bruno Engler (PL) definiu sua proposta para a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), caso vença o segundo turno contra o atual chefe do Executivo municipal. Durante sabatina do Estado de Minas e do Portal Uai, o candidato bolsonarista criticou duramente a gestão de Fuad, a quem chamou de "prefeito de tapumes". Engler ainda destacou segurança pública e transporte como as prioridades de sua administração, caso eleito.

 

 

A entrevista foi realizada na manhã desta quarta-feira (23/10). “O meu recado para os indecisos, para aqueles que não caminharam comigo no primeiro turno, seja porque votaram nulo, branco ou em outros candidatos, é claro: podemos ter uma gestão muito melhor. Há duas opções neste segundo turno: o voto pelo contentamento, porque ninguém acredita que a gestão de Fuad seja boa. É uma administração desastrosa. O trânsito da cidade não flui, o atendimento de saúde é lento, faltam vagas na educação infantil, e a violência só aumenta. Mas o que a campanha do prefeito faz? Tenta incutir o medo nas pessoas para que não votem pela mudança”, afirmou Engler.

 

 

 

O candidato foi ainda mais incisivo ao avaliar o atual governo: “a gestão de Fuad é ruim. O que proponho é que as pessoas votem com esperança, com desejo de mudança. Belo Horizonte precisa e merece uma prefeitura sem politicagem, sem corrupção, que de fato entregue serviços públicos de qualidade. Precisamos de uma administração que enfrente a questão da segurança pública, algo que o prefeito negligencia. Fuad disse recentemente que segurança é responsabilidade do governo estadual, como se isso o eximisse de qualquer ação. A mensagem é clara: as pessoas não precisam ter medo de apostar em Bruno Engler e se resignar a uma prefeitura medíocre. Elas podem votar com a esperança de uma gestão muito melhor”, finalizou.

 

 

Considerando os resultados das últimas pesquisas divulgadas, com que nível de confiança você chega nestes últimos dias de campanha?

Bem, confiança total. Todas as pesquisas no primeiro turno me jogaram para baixo. O Datafolha, no sábado, me colocou com 26%. Eu tive 34%, oito pontos e meio acima do que estava previsto. Eles simplesmente alegam: "Foi o resultado de momento, foi a amostra que a gente teve", e pronto, acabou. Então, a gente sabe que está enfrentando um sistema político podre, canalha, que se articula, que tem vastos recursos financeiros, e a gente vê isso refletido. Sabemos que tem muita pesquisa que é comprada também. Isso não me incomoda, a gente está absolutamente tranquilo. Tenho rodado as ruas de Belo Horizonte, tenho recebido carinho por parte da população, muita gente esperançosa com a mudança que a gente pode promover na cidade. Da mesma maneira que surpreendemos no primeiro turno, vamos surpreender no segundo.

 

 

O senhor tem o apoio do Novo e do Republicanos. Já tinha o apoio dos Progressistas e, obviamente, do PL, que é a legenda da qual o senhor faz parte. Como pretende retribuir esses apoios? Vai haver uma divisão de secretarias? 

A gente vai retribuir esses apoios fazendo a melhor gestão da história recente de Belo Horizonte, fazendo uma gestão que, de fato, entregue resultados para o cidadão. Nenhum desses apoios me pediu nada. Ninguém pediu espaço na prefeitura, ninguém pediu cargo. É evidente que a gente pode fazer composições. Logo que tivemos o bom resultado do primeiro turno, o governador me deu os parabéns, me chamou para conversar, perguntou sobre o meu projeto para Belo Horizonte, e eu falei com ele: "Governador, eu vou precisar muito do senhor a partir de janeiro, vou bater muito na sua porta para que possamos, juntos, construir as soluções que Belo Horizonte e a região metropolitana precisam". O senhor vai ter o meu apoio para destravar o Rodoanel, que é importante para Belo Horizonte. Precisamos construir uma solução para a Lagoa da Pampulha, precisamos discutir o transporte metropolitano, que afeta – e afeta muito – o trânsito de BH, e ele concordou plenamente e veio com esse apoio por alinhamento. O Republicanos, da mesma forma, é um partido de centro-direita, tem um alinhamento natural conosco. Tive o privilégio de ter o apoio, em formato de vídeo, do governador Tarcísio, que é uma pessoa que me inspira muito. Então, todos esses partidos estão juntos em um projeto para fazermos uma BH melhor.

 

 

Na terça-feira (22/10), em uma reunião com os policiais, o senhor citou que tem divergências com o governador. Isso realmente não é segredo para ninguém, mas que divergências são essas? Elas chegam ao ponto de complicar algum tipo de relacionamento, caso o senhor seja eleito?

Não, de maneira nenhuma. O meu relacionamento com o governador já tem seis anos de convivência, ele como governador e eu como deputado, e sempre tivemos um canal aberto de diálogo, portas abertas para discutir e construir. Realmente, divergimos em alguns pontos, já votei contra o governo em algumas oportunidades. A questão da segurança pública é uma delas. Eu sempre estive do lado de cá da negociação, por assim dizer, buscando uma recomposição, uma valorização maior dos servidores, e o governo, do lado de lá, pensando nas contas do estado e querendo reduzir essa questão da recomposição. Foi uma das diferenças que tivemos. Se eu tivesse 100% de concordância com o governador, ele teria estado comigo no primeiro turno. Então, chegamos ao segundo turno e o governador reconhece que o nosso projeto é o projeto da direita, o projeto com o qual ele mais se identifica, e está caminhando conosco. Eu sou muito grato, e vamos construindo.

 

 

Com Bolsonaro, ele também fez isso. Só apoiou em segundo turno.

Exatamente.

 

 

É alguma estratégia dele?

Não sei dizer como foi com o Bolsonaro, foi uma outra peculiaridade. O partido dele tinha candidatura própria, e foi aquela questão de fidelidade partidária. Mas, independente disso, ficamos muito gratos pelo apoio do governador, que será um ator importante na solução dos problemas de BH.

 

 

O senhor não acredita que esse seja um comportamento do governador Romeu Zema até pensando em 2026?

Acho que essa pergunta deve ser feita ao governador. Não sei como ele trabalha politicamente. Ele tem reforçado a campanha no segundo turno.

 

 

Estamos praticamente a quatro dias da eleição. O senhor vai mudar a estratégia de campanha nessa reta final?

Não, de maneira nenhuma. Continuamos rodando Belo Horizonte, apontando os problemas da cidade e as soluções que temos para esses problemas. Agora, temos dois debates. Até o momento, o prefeito fugiu de todos os debates. Ele não vai aos debates porque não tem coragem de defender o seu legado, que é indefensável, porque não sabe explicar como vai à televisão dizer que tem tolerância zero com as empresas de ônibus, sendo financiado por empresários do setor. Ora, que tolerância zero é essa, se a turma está bancando a campanha dele? Estão tão insatisfeitos que estão financiando a campanha? Ele não vai porque não sabe explicar por que renovou o contrato de limpeza da Lagoa da Pampulha por R$ 22 milhões sem licitação. Não vai porque não quer explicar cinco secretários de educação em dois anos. Não vai porque não quer falar disso [Bruno mostra o livro "Cobiça", de Fuad Noman]. Estou falando desse livro porque, para mim, é um livro perturbador. Eu acho que o cidadão tem direito de saber o que cada um fez na sua trajetória. Isso aqui é um livro pornográfico, onde, na página 159, ele descreve com riqueza de detalhes o estupro coletivo de uma criança de 12 anos de idade.

 

 

Ele se defende dizendo que é ficção. Mas quem, no contexto de um livro erótico, consegue imaginar o estupro coletivo de uma criança de 12 anos como algo para se colocar em um livro dessa natureza, como se fosse algo que gera excitação? Para mim, é muito perturbador e doentio. Ele não vai ao debate porque não quer discutir o que fez. 

 

Na Feira Internacional de Quadrinhos, ele organizou uma feira com amplo acesso às crianças, com excursões da prefeitura, que tinham títulos completamente inapropriados acessíveis às crianças, até com conteúdo sexualmente explícito.

 

Estamos falando de um gibi que se chamava "Kit Gay", de um gibi que se chamava "Diário de uma Mãe Cona", de um gibi que se chamava "Casa de Satanás" e de um gibi que se chamava "Satanás, Amigo das Crianças". E esse evento foi divulgado como um sucesso pela prefeitura. Não teve uma reprimenda, não teve um pedido de desculpa, não teve nada.

 

Ele não quer discutir isso. Quando trago esses assuntos, ele me chama de extremista, ou então me chama de mentiroso. O livro está aqui, fala com a cara do prefeito: "Aqui é mentira? Vocês não estão vendo isso aqui, não? Isso aqui não existe? A feira que não aconteceu é segmento da nossa imaginação?

 

 

O senhor tinha adotado um tom mais moderado durante toda a campanha no primeiro turno, e também até metade do segundo turno. Mas por que essa mudança de comportamento?

Por exemplo, os livros do Fuad... Eu não tinha conhecimento desses livros. Eles chegaram até mim através de vídeo, que começou a circular, porque é uma ação absurda. Eu nunca, ao longo da campanha, neguei os meus valores, neguei a defesa dos valores cristãos. Eu nunca neguei a defesa da família, a defesa da inocência das crianças. A própria questão da feira de quadrinhos é um absurdo, gente. Isso não é ser extremista, eu acho que isso é lugar comum para todos os cidadãos. Você não querer que as crianças vão a uma feira que tenha livro de satã, amigo das crianças... pelo amor de Deus, gente. Você não precisa nem ser cristão para achar isso um absurdo. Eu não estou falando de pauta extremista, estou falando de pautas que imagino que a imensa maioria dos cidadãos sente o mesmo que eu.

 

 

A gente falou sobre o Republicanos, mas também tem a questão do Mauro Tramonte e do Gabriel Azevedo. O senhor chegou a conversar com o Mauro por telefone e até tomou um café com o Gabriel Azevedo. Isso te incomoda, eles não te apoiarem nesse momento ou não terem tomado uma decisão ainda?

Conversei com o Mauro por telefone, e também pessoalmente. Com o Gabriel também. São duas pessoas que representaram o sentimento de indignação, o sentimento de mudança. Acho que o Mauro foi muito feliz quando disse que BH não tem prefeito de verdade – era o mote da campanha dele, e é a realidade. Temos uma prefeitura omissa em diversos assuntos, e por isso o serviço público está tão ruim. O Gabriel, mais ainda, foi extremamente incisivo em apontar o relacionamento do prefeito Fuad com a máfia dos ônibus, em esquemas que existem hoje na prefeitura. Então, são pessoas que trabalharam por um voto de mudança, por um voto de indignação. E, como costumo dizer, o jogo só acaba quando termina. Qualquer um dos dois que queira vir, seja hoje, amanhã, sexta-feira, até sábado, não tem problema. Manifestar apoio será muito bem-vindo. Vamos dialogar com essa plataforma por uma cidade melhor.

 

 

Por que o senhor acha que esse apoio não veio até agora? A gente já está se aproximando da eleição... por que o silêncio?

Olha, isso é uma construção que passa por diversos fatores. Diferente do prefeito, que loteia a prefeitura e saiu prometendo tudo, eu não faço isso. Inclusive, quero ressaltar que não estou acusando ninguém. Nem Mauro, nem Gabriel me pediram nada, nem secretária, nem nada do tipo. Discutimos Belo Horizonte. Mas a gente vê o prefeito fazendo uma política absolutamente suja. Parece que ele vai ter umas 40 secretarias, porque liga para lideranças, vereadores, suplentes, dizendo: ‘Se eu ganhar, fulano vai virar secretário, você vai ter uma vaga.’ Tentando angariar apoio, mas eu não faço política assim. A situação é delicada. Estamos falando do futuro de BH, estamos falando de propostas. Se eles vierem, virão porque acreditam no melhor projeto, e ambos têm tido uma postura muito bacana comigo, tratando do futuro de Belo Horizonte.

 


O senhor tem falado muito que não tem compromisso com ninguém, que seu secretariado vai ser técnico. Existe a possibilidade de uma pessoa, na área dela, ser a mais competente de Belo Horizonte, mas ser de esquerda, e ainda assim compor o seu governo? Existe essa chance?

Existe. O que acontece é que, quando chegar à prefeitura, a gente tem que governar para todos. Só que é evidente que teremos uma política com viés de direita, centro-direita, e a gente precisa respeitar a vontade do cidadão. Se o cidadão me colocou ali, é porque quer que a cidade caminhe nesse sentido. Está cansado dessa esquerda que governa Belo Horizonte há décadas e não faz a cidade avançar. Então, se tivermos uma pessoa extremamente competente, que pessoalmente seja de esquerda, a gente conversa com essa pessoa. Tem que ter maturidade para deixar a ideologia em casa e fazer um trabalho técnico. Para mim, não é problema nenhum.


 

O senhor citou o Nikolas. Ele vem fazendo um trabalho, para além das redes sociais, também nos bastidores. Qual será o papel dele caso o senhor vença a Prefeitura?

O Nikolas vai ser uma pessoa que vai construir o projeto de Belo Horizonte junto com a gente, eu e ele. A gente surgiu no mes0mo ambiente. A gente surgiu ali no movimento Direita Minas, pedindo o impeachment da Dilma e pedindo o Bolsonaro presidente. Depois, a gente conhece o deputado federal mais votado da história do Brasil e é um cara que está ao meu lado em uma relação política e de amizade. É evidente que a gente, chegando lá, ele vai participar dessa construção desse processo, porque é uma das grandes lideranças políticas de Minas Gerais e do Brasil.

 

 

Então, vamos ter Nikolas 100% em Belo Horizonte?

O Nikolas vai estar junto nesse processo, vai fazer parte da prefeitura junto com a gente. O Nikolas, o Cleitinho e o Bolsonaro, quer dizer, vão estar ali, indicando as pessoas, vão estar fazendo parte do processo das decisões e dos rumos que a gente vai tomar. Eu tenho um grupo político.

 

 

 

 

O próximo prefeito será responsável por renegociar o contrato com as empresas de ônibus. O que você manteria e o que mudaria neste contrato, caso seja eleito?

A primeira coisa que faremos é um processo de ampla concorrência para que empresas de todo o Brasil possam participar. Eu não tenho nenhum compromisso com as que estão aqui há décadas prestando esse serviço em Belo Horizonte. Não haverá licitação direcionada, nem maracutaia. Queremos uma ampla concorrência para o melhor projeto para BH, com um preço justo e serviço de qualidade. Outra proposta que absorvemos do Gabriel, ainda no primeiro turno, é desmembrar esse contrato, realizando diferentes licitações: uma para garagem, outra para os ônibus, outra para combustível, ao invés de fazer um pacote completo. Isso impede a cartelização.

 

Então, para nós, é uma ferramenta importante. Vamos exigir de fato que o serviço seja de qualidade e a um preço justo. As gratuidades existentes serão mantidas. Nós buscaremos um preço compatível, sem subsídio. Se não houver oferta de um preço compatível com a realidade da população sem subsídio, então precisaremos reconsiderar e prever subsídios. Mas a ideia inicial é não contar com subsídios.

 

 

O vereador eleito Pedro Rousseff esteve aqui em uma sabatina e disse que você "é um vagabundo que não trabalha". Como você responde a essas acusações, considerando que essa é uma pauta discutida durante toda a campanha, relacionada à sua ausência na ALMG?

Ele é sobrinho da Dilma, né? Fala bobagem igual a tia dele... Mas vamos lá. Sobre a Assembleia, eu entendo que trabalho se mede por resultados. Ao longo dos meus seis anos, tive 74 projetos aprovados, sendo 11 transformados em lei, leis importantes para Minas Gerais, como a retirada das tomadas e pontos de energia dos presídios – uma ação de enfrentamento à criminalidade – e o congelamento do IPVA, que gerou uma economia de mais de R$ 1,5 bilhão para o contribuinte mineiro. Todos os outros estados em 2022 pagaram IPVA mais caro, mas aqui em Minas não, graças a uma lei de minha autoria.

 

 

 

Ser deputado não é apenas participar de reuniões. A função de deputado não é ficar batendo dedo em reunião deliberativa. Eu fui votado em todos os 853 municípios de Minas, todo o estado, acompanho minhas emendas e converso com lideranças. Na prefeitura, vamos trabalhar muito, inclusive fora do gabinete, percorrendo BH e enfrentando os problemas. Quem é realmente ausente é o atual prefeito, ausente nos debates, no centro da cidade, no sistema de saúde – onde o tempo de espera para uma cirurgia eletiva ou uma consulta especializada pode ser de meses, até anos. Ele também é ausente na educação infantil, onde temos 1600 crianças esperando vaga em creches que estão prontas há dois anos, só falta a assinatura da prefeitura. Sou bem diferente do Fuad. Se o "Dilmo" está falando mal de mim, para mim, é um elogio.

 

 

Caso vença no domingo, já pensou qual será a primeira ação do seu mandato?

O primeiro ato será fazer um raio-X da prefeitura. Vamos auditar todos os contratos, porque uma cidade com um orçamento de quase R$ 20 bilhões não pode prestar um serviço público de tão má qualidade. Não pode dizer a pais e mães que não há vagas na educação infantil, não pode fazer um paciente esperar meses ou até anos por uma cirurgia eletiva ou uma consulta especializada. Precisamos acabar com a corrupção para sobrar recursos para o que é realmente necessário: saúde, educação, transporte e segurança.

 

 

Além do raio-X da prefeitura, há alguma outra proposta imediata?

Sim, depois disso, vamos trabalhar para implementar um sistema de saúde que funcione, pois o atual é um desastre. Também modernizaremos a gestão de trânsito, que hoje é ultrapassada. BH é a segunda pior capital para trafegar em horário de pico. Ao longo dos quatro anos, aumentaremos o efetivo da Guarda Municipal de menos de 2.400 para 4.000. Com mais guardas, vamos espalhar bases móveis por toda a cidade, instituir o Rumon (Rondas Ostensivas Municipais), fortalecer a Patrulha Maria da Penha, a patrulha escolar e a patrulha do comércio, além de revisar o plano diretor e os códigos de postura. Na educação, vamos zerar a fila da educação infantil, aumentar as vagas de ensino integral e implementar o programa "Merenda Feliz", que garantirá alimentação para as crianças até nos finais de semana. Há muito a ser feito.

 

 

O senhor, como já falamos há pouco, representa esse segmento conservador da sociedade. O Carnaval de Belo Horizonte hoje acabou se transformando em um dos maiores eventos do país, e ele necessariamente não é um evento conservador. Como será sua atitude em relação ao Carnaval de BH?

Olha, bem em 2022, o Zema lançou um site chamado "Mentiras do Kalil". Acho que eu devia copiar a ideia e fazer "Mentiras do Fuad", porque uma das fake news que a turma dele coloca é que eu vou acabar com o Carnaval de Belo Horizonte, que não vai ter Carnaval. Isso é coisa de roda de WhatsApp, chega para as pessoas que eu vou acabar com o carnaval, que eu vou cortar a verba da cultura, que não vai ter festa junina. A gente... Eu amo festa junina! Festa junina é bom demais, é cultura mineira purinha. E eles falam que eu vou acabar com tudo isso porque têm muito medo de eu chegar à prefeitura e tirar os esqueletos do armário. Então, o que acontece? O Carnaval de Belo Horizonte entrou no mapa do Carnaval do Brasil e entrou para ficar. A gente está fazendo uma festa muito bacana, muito bonita, que gera uma arrecadação enorme aqui na nossa cidade e faz a economia do município girar. Então, a gente vai fomentar o carnaval, dar estrutura para que ele possa ocorrer e possa até ser ampliado. A gente vai buscar parcerias com o setor privado para que possamos dividir um pouco desse financiamento. Tudo aquilo que pudermos jogar para a iniciativa privada com parcerias, com name rights, é economia para o município.

 

É evidente, inclusive, que chegaram relatos para nós de que neste ano a prefeitura conseguiu muito pouco investimento privado, porque teve problema de prestação de contas de carnavais anteriores. E aí teve que colocar muito dinheiro público e ainda pedir ajuda ao governo do estado. Mas tudo aquilo que conseguirmos construir junto ao setor privado, ótimo. Aquilo que precisarmos colocar de recurso público também, porque é importante para girar a economia da cidade. Eu não vou fazer nada contra o carnaval.

 

 

Candidato, o senhor vem tecendo algumas críticas ao Fuad Noman, o que é comum de campanha. Como o senhor avalia esse segundo turno, tendo em vista a estratégia do Fuad, que admitiu que vai ignorá-lo?

O prefeito Fuad ignora porque ele não consegue responder. E aí ele foge dos debates, porque se ele ficar frente a frente comigo, como nós estamos agora, ele não consegue ignorar. Aí ele vai ter que explicar isso. Aqui, ele vai ter que explicar a feira de quadrinhos. Ele vai ter que explicar o contrato de limpeza da Lagoa da Pampulha. Ele vai ter que explicar o seu relacionamento com empresários de ônibus. Ele vai ter que explicar o desperdício de dinheiro público na ciclovia da Afonso Pena, que ele não conseguiu explicar no primeiro debate da Bandeirantes. Ele vai ter que explicar por que foram gastos 8 milhões para transformar a Praça da Estação de seis para meia dúzia, por que ele não fez obras importantes como as que citei aqui, por que ele prometeu tanto e entregou tão pouco.

 

 

 

O Fuad diz que ele é o prefeito das obras. Na verdade, ele não é o prefeito das obras. Ele é o prefeito dos tapumes, porque está há dois anos e meio e não fez grandes obras de relevância. Começou um tanto de obras próximo ao período eleitoral e fica tentando amedrontar o cidadão, dizendo: "Olha, não vota no Bruno, não, que não vai completar as obras, sou eu que vou completar." Aliás, uma grande mentira. Até aproveito essa oportunidade para desmentir mais uma fake news da turma do prefeito, de que eu supostamente não iria concluir as obras, com exceção da ciclovia, que já falamos. Vamos concluir as obras que sejam importantes para o cidadão. Sabe por quê? Porque eu sei que não existe dinheiro público.


 

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