Em vídeo publicado nesta sexta-feira (25/10), a deputada federal Duda Salabert (PDT) rebateu os ataques que a campanha do candidato à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) Bruno Engler (PL) tem feito ao livro de ficção "Cobiça" (2020), escrito pelo atual prefeito Fuad Noman (PSD), que disputa com o bolsonarista o segundo turno das eleições pelo comando da capital. “Desesperado”, afirma Duda, que também concorreu à PBH no primeiro turno das eleições. Segundo ela, Engler não aprendeu direito na escola a diferença entre ficção e realidade.
Duda também destaca que o candidato do PL tem uma visão “fundamentalista da realidade”. “Daí o gosto pela censura, o desprezo pela arte e o incômodo com a pluralidade."
Para a professora de literatura, a campanha de Engler, “em um ato desesperado, resolveu atacar o prefeito Fuad Noman”, resgatando sua obra literária "Cobiça", sob o argumento de que o livro tem cenas eróticas e um episódio de violência sexual. “Com esse argumento, eles tentam, de forma absurda associar Fuad a uma perversão supostamente doentia”.
Duda diz em tom de ironia que Engler "aprendeu" no ensino fundamental a diferença entre ficção e realidade. “'Aprendeu' também os versos do Fernando Pessoa, que escreveu: 'O poeta é fingidor, finge tão completamente que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente'. Ou seja, ele deixa claro a diferença entre o eu lírico e o escritor”, declara a deputada.
Ela também também cita no vídeo outros romances clássicos da literatura brasileira, como "O Cortiço", de Aluísio de Azevedo, e "Senhora" e "Lucíola", de José de Alencar, que contêm cenas de violência sexual e erotismo. Esses romances foram escritos no século 19 e fazem parte da leitura obrigatória no ensino fundamental.
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“A ficção não é realidade”, destacou a deputada, que também declarou voto em Fuad. “Não quero uma BH fundamentalista e negacionista, por isso neste domingo votaria Fuad 55”, afirmou Duda. No vídeo, ela usa neste vídeo uma estética semelhante à adotada pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL), apoiador de Engler, que, em suas redes sociais, também tem atacado o prefeito por causa de seu livro.