A polêmica envolvendo uma peruca entrou no centro do debate político nas eleições para a prefeitura de Belém (PA). Nos últimos dias, o governador do estado, Helder Barbalho (MDB), colocou uma peruca para ironizar o deputado federal e candidato a prefeito de Belém, Éder Mauro (PL), que faria uso do acessório. Barbalho, então, decidiu jogar o adereço na plateia durante evento do seu candidato na capital paraense, o seu primo e ex-secretário Igor Normando (MDB).
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O condutor do comício apresentava o prefeito de Recife, João Campos (PSB), enquanto o governador girava o cabelo postiço para lançar nos espectadores. Éder Mauro, que pertence ao partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), passou a ser chamado, pejorativamente, de “peruquinha” por aliados de Helder Barbalho e Igor Normando.
Adversário responde a provocações
Éder Mauro utilizou seu programa eleitoral na TV para responder ao momento. A campanha do bolsonarista reproduziu as provocações de Helder em preto e branco junto de um locutor que dizia: “A falta de postura do governador revela a arrogância que faz parte do projeto diabólico de poder a qualquer custo”.
Em outra peça, o programa do político filiado ao PL utilizou o depoimento de três mulheres que diziam ter perdido o cabelo em acidentes de barco. Um suposto médico também participou e comentou que, além da dor, elas corriam o risco de ter câncer de pele a longo prazo.
“Seja por acidente ou por um tratamento difícil, a peruca surge como um aliada, devolvendo a milhares de mulheres a força e a autoestima que elas precisam para se reerguer”, completou o enunciador.
Outra mulher aparece dizendo que sua vontade era “ficar o tempo todo com peruca”. Logo após, o locutor conclui: “Quando falta empatia, perdemos a oportunidade de construir uma sociedade mais humana e justa”.
Peruca foi aderida à campanha
Após o ocorrido, a campanha de Éder Mauro passou a utilizar a hashtag #BelemComPeruquinha, alusão ao apelido utilizado de forma irônica por apoiadores de Normando. No primeiro turno, o deputado federal teve 31,8% dos votos, contra 44,89% de Igor.
Segundo pesquisa realizada este ano pela Fundação Amazônia de Amparo e Pesquisa (Fadespa) - ligada ao governo do estado -, o Pará lidera o ranking de escalpelamentos por motor de embarcações. Foram 207 casos entre 1964 e 2022, sendo que 98% envolvem mulheres. O número pode ser ainda maior devido a subnotificação.