Plenário da Câmara: Centro ganha força após as eleições para negociar com o governo -  (crédito: MARIO AGRA/CÂMARA DOS DEPUTADOS)

Plenário da Câmara: Centro ganha força após as eleições para negociar com o governo

crédito: MARIO AGRA/CÂMARA DOS DEPUTADOS

Os partidos e analistas políticos de Brasília aguardam apenas o resultado de hoje das 51 cidades em que há segundo turno para fechar o ranking dos partidos nos municípios com mais de 200 mil eleitores. O PL de Jair Bolsonaro caminha para liderar essa lista, chegando a 18 cidades, mas quem tem mesmo a força, se conseguir se unir, serão os partidos do centro - União Brasil, PSD, MDB, PP, Republicanos e PSDB. O União Brasil deve fechar essa corrida com 15 cidades, o PP, com 11; o PSD com 12, assim como o MDB. O Podemos, 8; e o Republicanos, 07. O PT de Lula não figura nessa listagem.

 

 

Esses números indicam um centrão encorpado na volta dos trabalhos do Congresso na semana que vem, para negociar com o governo no Congresso Nacional. Sem os partidos de centro, não haverá meios de o presidente Lula e sua equipe econômica conseguirem aprovar as propostas no Parlamento. A conjuntura indica que cabe ao governo ir com muita calma e, de preferência, não se meter na disputa pela Presidência da Câmara. Quem conhece o jogo considera que é melhor Lula esperar para recolher depois os feridos e negociar de cabeça erguida com o vitorioso.



Por aí, não

 

 

Na próxima terça-feira, o secretário da Receita, Robinson Barreirinhas, tem encontro marcado com a Frente Parlamentar do Empreendedorismo para defender as medidas provisórias que tentam incrementar a receita da União. É bom ele se preparar para ouvir dos deputados e senadores que o espaço para ampliação da Receita está esgotado. O jeito é o governo reduzir despesas.



A hora da verdade

 

 

O governo vai insistir na medida provisória que institui a cobrança de 15% de imposto sobre o lucro de empresas multinacionais que operam no país. Os congressistas ainda não se mexeram para aprovar essa proposta. E, sem o Poder Executivo dar uma forcinha no STF para liberar as emendas ao Orçamento, ninguém vai fazer muito esforço em prol dos projetos governamentais.



Iceberg

Juristas têm dito e conversas reservadas que o escândalo da venda de sentenças caminha para ser maior do que se apresenta hoje. Por isso, a ordem é, respeitando o direito de defesa, acelerar julgamentos para não arranhar ainda mais a imagem do Poder Judiciário e insuflar ainda mais decisões do Legislativo contra o Supremo Tribunal Federal, que rede a concentrar essas ações.



Agências na mira

 

 

O deputado Danilo Forte (União-CE) está recolhendo assinaturas para apresentar ainda nesta segunda-feira uma proposta de emenda constitucional de maior controle e fiscalização sobre as agências reguladoras e indicações de diretores. A ordem é colocar essas instituições sob a lupa do Parlamento antes que o governo queira mexer demais nas agências.



Foco

O objetivo hoje deve ser ampliar o controle e a investigação e não promover uma proposta que permita ao governo Lula trocar os diretores que ainda têm mandato.



Olho neles

Os governadores do Pará, Helder Barbalho (MDB); de Goiás, Ronaldo Caiado (União), do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), farão mais tarde a contagem da largada nos respectivos estados rumo a 2026. Todos têm interesse em concorrer ao Planalto na próxima eleição e sabem que só têm chance de emplacar candidaturas se saírem bem de “casa”.



Caiado tem apoios

“2025 será o ano de temos Caiado na pista”, afirma o líder do União Brasil no Senado, Efraim Filho (PB).



Desta vez, sem apostas

A disputa entre André Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT) está tão acirrada que os políticos dispensaram jogar suas fichas em um dos dois envolvendo vinhos caríssimos. Impossível apontar quem sairá vencedor., mesmo depois do debate da Globo na última sexta-feira. “Vai ser na venta do cavalo”, comenta o deputado Danilo Forte (União Brasil-CE).



Bia na defesa

A deputada Bia Kicis (PL-DF) estranhou a operação da Polícia Federal contra Gustavo Gayer às vésperas da eleição. “Trata-se de pura perseguição política para interferir nas eleições”, afirma. O PL, em princípio, adotará esse discurso em apoio ao parlamentar alvo de busca e apreensão. (Com Eduarda Sposito)