Fuad Noman participou de

Fuad Noman participou de "cãominhada" na Praça Liberdade, onde criticou o adversário

crédito: ALEXANDRE GUZANSHE/EM/D.A PRESS

O último dia da campanha no segundo turno teve apelos dos candidatos Fuad Nomam (PSDB) Bruno Engler (PL) para que os eleitores compareçam às urnas hoje, caminhadas ao lado de apoiadores e extensão do horário eleitoral gratuito em função de decisões judiciais.


O prefeito veiculou nas emissoras de rádio e televisão dois direitos de resposta concedidos pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) ao prefeito contra ataques feitos pela campanha do deputado estadual. Um deles rebatia afirmações feitas pela campanha de Engler e seus apoiadores de que Fuad endossava pornografia e violência sexual contra crianças.Tudo por causa de um livro de ficção escrito pelo prefeito em 2020 que relata, em um trecho, um estupro sofrido por uma personagem de 12 anos.


O candidato do PL rebate as acusações de que o chefe do Executivo seria o responsável por problemas e irregularidades nos contratos do sistema de transporte público da capital e da região metropolitana. No direito de resposta, o prefeito exibiu certidões do Ministério Público de Minas Gerais de que não há nenhum inquérito em andamento contra o prefeito por improbidade administrativa. Na última sexta-feira, a Justiça Eleitoral também concedeu direitos de resposta a Fuad por acusações sobre o funcionamento de unidades municipais de saúde e determinou a retirada do ar de vídeos com ataques contra o prefeito veiculados no horário eleitoral e nas redes sociais de Engler e apoiadores.


Ontem, durante “cãominhada” com apoiadores e seus animais de estimação na Praça da Liberdade, o candidato do PSD chamou de fake news e “lixo” as acusações feitas por Engler envolvendo seu livro de ficção. “Fake news vai existir sempre. E tenho falado no meu programa, fake news é lixo. Recolhe, recicla para não contaminar o ambiente. O que nós estamos fazendo é isso, mostrar que as pessoas estão mentindo claramente, porque estão falando do livro, mas quem leu o livro não vê nada daquilo que eles estão descrevendo. Eu posso fazer o quê? As pessoas são mal-intencionadas”, disse o candidato à reeleição sem citar o nome do adversário.


Apesar dos ataques, Fuad se disse tranquilo e até brincou com a polêmica que, segundo ele, aumentou as vendas de “Cobiça” e que talvez seja necessária uma nova edição. Segundo ele, fake news sobre seu livro fazem parte de uma tentativa de difamá-lo, já que seus opositores não encontraram nada de errado em sua carreira pública. O prefeito disse ainda ter “uma vida limpa” e 55 anos de serviço público em diversas instituições.


Para o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), os ataques de Engler a Fuad beiram a “delinquência" e fogem do estilo mineiro da “boa política”. “Acho que está havendo um nível de delinquência até por parte daqueles que tentam fazer e deturpar a opinião pública utilizando os meios inadequados para poder fazer campanhas eleitorais", criticou.


PAUTA IDEOLÓGICA

Questionado sobre o tom agressivo da campanha, principalmente na reta final do segundo turno, e sobre os sucessivos direitos de resposta obtidos pelo adversário, Engler minimizou as decisões judiciais e voltou a reforçar a narrativa “antissistêmica”, afirmando que Fuad tem “muitos amigos influentes”. “A gente está trabalhando com a verdade. Fiz questão de tratar todas as questões que tratei na campanha no debate de ontem e dar ao prefeito a oportunidade de responder. Ele não respondeu porque não consegue", declarou Engler que encerrou sua campanha com uma caminhada perto da Lagoa da Pampulha ao lado de apoiadores.


O candidato fez um apelo aos eleitores que se abstiveram de votar para que compareçam às urnas hoje. “Nesta reta final, não deixe de conversar com aquele amigo, aquele vizinho, aquele parente, aquela pessoa que ainda não sabe em quem votar. Fale das nossas propostas, da nossa perspectiva de mudança. Passe o recado de que a gente não é obrigado a se contentar com uma prefeitura ruim, que a gente não é obrigado a se contentar com uma prefeitura que não respeita nossos valores, que a gente pode ter uma gestão séria. Vamos encerrar, mas fica o pedido para que vocês passem esse recado, porque vai ser uma eleição no fio da navalha”, declarou Engler a uma centena de apoiadores.


Engler disse ainda que o debate sobre o livro levantado por sua campanha não é uma “pauta ideológica” nem de direita. “Não é pauta de direita, não, é pauta de senso comum. A gente está falando de coisas que, no meu entender, a imensa maioria dos belo-horizontinos entende que não podem continuar”, afirmou o candidato, que tem o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro.