Os partidos de centro foram os grandes vencedores das eleições municipais realizadas no último domingo (27/10). De acordo com um levantamento divulgado pela Nexus, empresa especializada em análise de dados da FSB Holding, feito a partir de informações oficiais divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 81.014.351 de eleitores brasileiros, o que corresponde a 52% do total do país, serão governados por prefeitos filiados a legendas de centro a partir de 1º de janeiro de 2025.
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O levantamento mostra ainda que 55,6 milhões de pessoas, número que equivale a 36% do total, elegeram candidatos filiados a partidos de direita. Já as legendas de esquerda passarão a governar 17,8 milhões de votantes, que formam uma parcela de 12% do eleitorado.
O centro é formado pelos partidos Agir, Avante, MDB, Mobiliza, PMB, Podemos, PP, PSD e Solidariedade. Já na ala da direita estão Cidadania, Democracia Cristã, Novo, PL, PRD, PRTB, PSDB, Republicanos, União Brasil. Por fim, compõem a esquerda PCdoB, PDT, PSB, PT, PV e Rede. Vale destacar, inclusive, que as três legendas que elegeram a maior quantidade de municípios brasileiros são de centro: o PSD governará 887 municípios; o MDB, 855; e o PP, 747.
Em relação ao número de eleitores, o panorama muda um pouco. Os prefeitos do MDB são os que governarão a maior quantidade de cidadãos: nada menos que 27.753.048 milhões de eleitores vivem em cidades nas quais o partido venceu, seguido pelo PSD, que liderará 27.618.473 milhões de pessoas.
PL cresce, mas não muda panorama
Já o PL, que é apenas o quinto colocado em número de municípios - no caso, 516 -, é a terceira legenda que mais governará eleitores: 19.015.822 milhões. Inclusive, o partido de direita, que tem o ex-presidente Jair Bolsonaro como figura central, foi o que apresentou maior crescimento em número de votos. Em 2020, a legenda havia sido escolhida por 6.497.884 milhões de pessoas, o que representa uma alta de 340%.
Neste ano, o número de eleitores governados pelo MDB também aumentou significativamente em comparação a 2020, na ordem 68%. Por sua vez, o PSB subiu em 62%. Independentemente da alta expressiva do PL, Marcelo Tokarski, CEO da Nexus, avalia que o protagonismos das eleições municipais de 2024 realmente ficou com o centro. “Os discursos mais moderados permanecem como os que mais dão votos aos candidatos; e, justamente por isso, o centro segue sendo maioria", opina.
“Apesar do muito que se disse sobre a força da direita, e ela de fato mostrou força nessa eleição municipal, a maior parte do eleitorado brasileiro continua pendendo mais ao centro. Em muitas capitais, de alguma maneira os eleitores buscaram opções para fugir tanto da extrema direita quanto da esquerda”, prossegue o CEO da Nexus.
Para o especialista, os números indicam que a profunda divisão entre direita e esquerda, vista no último pleito presidencial, perdeu força. "Com algumas exceções, as eleições municipais, de certa maneira, não repetiram a polarização nacional vivida em 2022. Em várias capitais, o movimento dos eleitores foi em busca de alternativas que evitassem tanto os extremos à direita quanto à esquerda", pondera Tokarski.
Belo Horizonte seguiu tendência nacional
O resultado das eleições em Belo Horizonte, vencidas pelo atual prefeito Fuad Noman (PSD), com 53,7% dos votos, seguiu à risca a tendência nacional de predomínio de candidatos de centro. Apesar de ter ficado na frente no primeiro turno, Bruno Engler (PL), ligado à direita, cresceu pouco e acabou atrás do adversário, com uma parcela de 46,27%. Já os candidatos de esquerda, Rogério Correia (PT) e Duda Salabert (PDT), não chegaram ao segundo turno.