BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fechou um acordo com a prefeitura do Rio e com o Flamengo que permite ao clube carioca a posse provisória do terreno onde pretende construir seu novo estádio.
O anúncio do acordo acontece a três dias das eleições municipais, na qual Eduardo Paes (PSD) busca a reeleição, com o apoio de Lula. O PT também aposta na vitória de Paes para barrar o avanço do bolsonarismo no Rio, que tem como candidato Alexandre Ramagen (PL).
"Dia importante para o Flamengo. Junto com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o presidente da Caixa, Carlos Vieira, assinei o acordo para a construção do estádio do Flamengo no terreno do Gasômetro. Agora, a nação rubro-negra poderá ter seu próprio estádio de futebol", escreveu Lula, em rede social.
Uma publicação compartilhada por Luiz Ina?cio Lula da Silva (@lulaoficial)
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O acordo foi oficializado durante uma reunião virtual, na qual Lula participou a partir do Palácio do Planalto. Em um trecho de sua fala, que foi editado e divulgado por sua assessoria, o presidente afirma que o acordo é "bom para o Brasil" e para o seu governo.
"Sou casado com comunhão de bens com o futebol. Só não desejo mais sorte para o Flamengo no futebol, porque na semana que vem vai ter que enfrentar o Corinthians outra vez. Mas eu quero desejar boa sorte ao Flamengo, que tem um estádio de futebol, porque hoje com essa questão da torcida única no mundo inteiro, um time que tem a torcida que tem o Flamengo, a paixão que representa o Flamengo, é muito importante que tenha um estádio de futebol", afirmou o presidente.
"Estou cumprindo uma coisa que assumi desde 2003 quando eu assumi, com o Rio de Janeiro: é que o Rio de Janeiro merece sempre um tratamento muito especial. Esse acordo foi bom para o Brasil e para o meu governo. E esse acordo foi muito bom para o Flamengo. O Flamengo agora vai ter um estádio de futebol, vai ter que ter uma arena. E isso é extraordinariamente importante pela grandeza do time do Flamengo", completou.
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Os termos do acordo ainda não foram divulgados oficialmente pelas partes.
Paes já havia antecipado o acordo envolvendo a prefeitura do Rio, a Caixa Econômica Federal, o Flamengo e a AGU (Advocacia-Geral da União), em suas redes sociais nesta quarta-feira (2/10). Ele ressaltou o papel do presidente Lula nessa negociação.
"Quero deixar aqui o meu agradecimento ao presidente Lula que entrou pesado nessa história e ajudou a costurar esse acordo", afirmou o prefeito, em suas redes sociais.
Paes afirmou na transmissão que a posse era provisória, pois ainda faltariam alguns passos, como a aprovação de um projeto de lei pela Câmara de Vereadores.
Paes esteve no Palácio do Planalto no fim de agosto em busca de uma solução para o entrave, que opunha a Caixa Econômica Federal de um lado e a prefeitura do Rio e o Flamengo do outro. Disse na ocasião que o presidente Lula era "simpático" à ideia de um novo estádio para o Flamengo.
O terreno no Gasômetro onde o Flamengo espera construir o novo estádio pertencia ao Fundo de Investimento Imobiliário da Caixa Econômica Federal. Após as dificuldades nas negociações entre o clube e o banco, o prefeito Eduardo Paes desapropriou o terreno em decreto publicado no Diário Oficial do município.
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Localizada no centro do Rio de Janeiro, bem perto da principal rodoviária da cidade e do acesso à ponte Rio-Niterói, a área tem 86.592 metros quadrados, segundo cálculo da Caixa.
Após a desapropriação, o Flamengo venceu leilão público e arrematou o terreno no centro do Rio. O lance foi de R$ 138,1 milhões. A Caixa Econômica Federal chegou a entrar com uma ação para suspender o leilão, questionando os valores. O pedido foi negado.