Na reta final da corrida eleitoral, o candidato à Prefeitura de Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Geraldo Vale (PP), precisou fazer um boletim de ocorrência. Isso porque o candidato recebeu uma coroa de flores em casa com desejos fúnebres, e Geraldo acredita que possa ser uma ameaça política.

 

 

Ao Estado de Minas, Geraldo conta que a coroa foi recebida por volta de 8h da manhã de 27 de setembro, quinta-feira, pela mulher do candidato, que recebeu cumprimentos e lamentações pela suposta perda enquanto o marido estava em agenda de campanha na rua. O ornamento, em flores brancas e amarelas, tinha os dizeres “Com carinho para a família de X. Descanse em paz”.

 

A homenagem póstuma sugeria a morte de uma pessoa da família do casal, cujo nome não será divulgado a pedido de Geraldo. De acordo com a assessoria do progressista, o familiar não tem rixa política com ninguém e, no momento do recebimento das flores, estava em casa dormindo.

 



 

Nessa quinta-feira (4/10), o postulante do PP realizou a abertura de um Boletim de Ocorrência (B.O.) na 4º Delegacia de Polícia Civil de Caeté, e alegou temer que o envio da coroa de flores fosse uma ameaça de morte.

 

 

Ao Estado de Minas, a campanha afirmou que “tudo indica (o envio das flores) que foi um ataque político, seja para amedrontar, seja para assustar, uma brincadeira de mau gosto ou até mesmo em tom ameaçador”.

 

 

“Nós ficamos chocados, preocupados, mas estamos tocando o barco e seguindo em frente”, finalizou Geraldo Vale.

 

A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil para maiores esclarecimentos, mas até a publicação desta reportagem não obteve retorno.

 

Fraude na compra

 

Segundo a Laços Para Sempre, empresa de São Paulo que recebeu o pedido no dia anterior (26/9) e terceirizou a Caeté, e registros do B.O., a compra foi realizada com um cadastro falso. De acordo com o candidato progressista, que esteve em contato com a Laços Para Sempre e disponibilizou documentos à reportagem, a compra foi feita com o registro do e-mail da coligação “A RENOVAÇÃO COMEÇA AGORA (PP - UNIÃO BRASIL - SOLIDARIEDADE), da qual se inclui sua candidatura.

 

No entanto, a plataforma da empresa não solicita a verificação de duas etapas, então o comprador não precisou confirmar a real identidade. Porém, as únicas pessoas com acesso aos endereços desses e-mails são os coordenadores das coligações. “Não posso apontar suspeitas, mas a gente imagina ser uma retaliação política”, afirmou o candidato do PP.

 

 

O pagamento solicitado foi via pix, no valor de R$ 395,00. Segundo a empresa paulista, em razão da dinâmica de funcionamento das vendas on-line, as entregas podem ser realizadas antes do faturamento da compra – o que aconteceu no caso de Geraldo Vale.

 

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Em nota publicada nas redes sociais, a empresa terceirizada responsável pela confecção e entrega do ornamento em Minas Gerais, Flora 1000 Flores, afirmou que “repudia qualquer tipo de ação envolvendo a entrega de Coroa de Flores” para a residência do candidato a prefeito.

 

A empresa afirma que atua há mais de 20 anos na cidade de Caeté e que o caso com o candidato a prefeito foi o primeiro desse tipo no histórico de vendas.

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