O senador licenciado Carlos Viana (Podemos), de 61 anos, talvez seja, ao lado de Mauro Tramonte, o nome mais conhecido entre os candidatos à Prefeitura de BH devido ao seu longo tempo como apresentador de rádio e televisão. Não à toa, no início da campanha, ele era um dos nomes mais lembrados nas pesquisas de intenção de voto. Antes de iniciar a carreira política, Viana, que é formado em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), também foi representante das Linhas Aéreas Alemãs, a Lufthansa, em Minas Gerais e editor-chefe do The Brazilian Newspaper, em Nova Jersey.
Carlos Viana se elegeu ao Senado em 2018, ocupando uma das duas vagas de Minas – a outra ficou para o atual presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD). Na época, Viana era filiado ao Partido Humanista da Solidariedade (PHS), que foi incorporado pelo Podemos naquele mesmo ano.
Com um mandato de oito anos, que se encerra apenas em 2026, o político chegou a se filiar ao Partido Liberal, mesmo partido do então presidente Jair Bolsonaro, para concorrer ao cargo de governador de Minas Gerais, nas eleições de 2022. Sem apoio de Bolsonaro, que mantinha uma boa relação com o governador e à época candidato à reeleição Romeu Zema (Novo), acabou derrotado no pleito. Com isso, retornou ao Podemos no início de 2023.
No início de agosto, quando teve sua candidatura à Prefeitura de BH oficializada, Carlos Viana passou a enfrentar uma disputa na própria chapa. Inicialmente, anunciado como pré-candidato a vice, o empresário Fred Aisc (DC) acabou não tendo seu nome confirmado na chapa.
A escolha da vice ficou em aberto, sendo que Viana chegou a confirmar o nome de Kika da Serra (Podemos) como integrante da sua chapa. Os dois chegaram, inclusive, a ir juntos ao primeiro debate da campanha, realizado pela TV Bandeirantes. Contudo, a presidente estadual do partido, deputada federal Nely Aquino (Podemos), defendeu o nome de Renata Rosa (Podemos), que foi registrado junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O nome teria sido uma indicação do grupo Família Aro, do qual Nely Aquino faz parte, é que é capitaneado pelo secretário da Casa Civil de Minas Gerais, Marcelo Aro (PP). Quando Viana se licenciou do cargo de senador, em 17 de julho, quem assumiu foi o suplente Castellar Neto, também integrante do grupo de Aro.
Apesar de afastado por quatro meses, caso não seja eleito o político pode retomar o cargo. No Senado, ele preside a Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) e a Frente Parlamentar Evangélica no Senado.
Em sua atuação no Legislativo, Viana destaca, entre outras, a lei que destina recursos de loteria para esportes paralímpicos, o Marco das Ferrovias e o novo marco cambial. “A relatoria do novo marco do câmbio brasileiro modifica uma lei que existia desde 1919, tornando mais rígido o controle sobre remessas e principalmente sobre circulação de dinheiro”, destacou.
Entre as propostas do candidato, destaca-se a revisão do Plano Diretor: a intenção é aumentar o coeficiente de aproveitamento do solo, permitindo maior construção de área em um terreno. Carlos Viana também quer a implementação da Linha 2 do metrô, ligando o Bairro Calafate ao Barreiro; um programa para devolver pessoas em situação de rua que não sejam de Belo Horizonte para suas cidades de origem. As que são belo-horizontinas serão atendidas de forma emergencial, em ações de parceria da prefeitura com empresas.