O Brasil registrou um aumento de 130% no número de candidatos LGBTQIAPN+ eleitos nas eleições municipais de 2024, em comparação a 2020. Segundo um levantamento realizado pela Organização Não Governamental (ONG) Vote LGBT, 225 representantes da comunidade foram eleitos neste pleito, enquanto, em 2020, 97 candidaturas LGBTQIAPN+ conquistaram vagas.

 


O número pode ser ainda maior em razão dos candidatos que se identificam como LGBTQIAPN+, mas não registraram a orientação sexual ou a identidade de gênero na autodeclaração do TSE. Neste ano, pela primeira vez na história, os candidatos puderam indicar sua orientação sexual e identidade de gênero ao fazer o registro na Justiça Eleitoral.

 

 


 

Ao todo, 190 municípios em 22 estados elegeram pessoas LGBTQIAPN+, sendo três delas para os cargos de prefeito. Rafael Freire, do PSB, foi reeleito em Alpinópolis, no Sul de Minas, com 62,28% dos votos válidos, correspondendo a 7.527 votos. Já Donatinho, do PSD, foi reeleito em Santa Bárbara do Tugúrio, na Região Central de Minas Gerais, com 58,79% dos votos válidos, totalizando 2.106 votos. Ambos se autodeclararam gays.

 

Bonito (Bahia) elegeu Edinho Bella, do PSD, um homem cis e assexual. O prefeito eleito recebeu 64,26% dos votos válidos, correspondendo a 6.428 votos.

 


Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), dos eleitos, 26 são candidaturas de pessoas trans. Em Belo Horizonte, Juhlia Santos, do PSOL, foi eleita para a Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), com 6.703 votos. Já Marcela Lins, do PSD, foi eleita para a Câmara Municipal de Santo Antônio do Amparo, na Região Centro-Oeste de Minas Gerais, com 300 votos.


 

"Mais que dobramos o número de pessoas LGBT+ eleitas em comparação com as eleições municipais de 2020. Nas capitais e grandes cidades, onde os dados são mais precisos, vemos mulheres negras LGBT+, muitas delas trans, liderando as votações entre os partidos de esquerda", comenta Gui Mohallem, diretor do VoteLGBT.

 

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De acordo com a ONG Vote LGBT, o PT lidera o ranking com 61 candidatos eleitos, seguido do PSD, com 26, e do PSOL, com 18. O levantamento foi feito com base nas candidaturas autodeclaradas no site do TSE, que concordaram com a divulgação dos dados, e nas candidaturas autodeclaradas no site da Vote LGBT.


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