O deputado estadual Bruno Engler, postulante do Partido Liberal (PL) à Prefeitura de Belo Horizonte, saiu em defesa da sua atuação como político e das suas opiniões ideológicas durante entrevista para a Rádio BandNews FM. Sem agendas públicas ontem, o candidato que disputou o segundo turno contra o atual prefeito Fuad Noman (PSD) se comunicou com o eleitor por meio de sabatinas.

 

Entrevistado pelas jornalistas Luciana Vianna e Maria Fernanda Cinini, e pelo diretor de jornalismo da Band Minas, Murilo Rocha, Engler começou esclarecendo a polêmica sobre não ter se imunizado contra a COVID-19. A questão já havia sido levantada pelo senador Carlos Viana (Podemos) durante o último debate antes do primeiro turno, na TV Globo.

 

Segundo Engler, a vacina foi feita em caráter emergencial, no contexto da pandemia, mas como contraiu a doença duas vezes já teria uma “imunidade natural”. “Vou tomar vacina para quê? Fazer graça para o eleitor? Não acho que o belo-horizontino esteja preocupado com isso. Vamos fornecer todas as vacinas para o nosso sistema de saúde, todo mundo que queira se vacinar vai ter acesso. Eles tentam colocar umas pregas para nos jogar aos extremos que não colam. Vamos fornecer vacinas, conscientizar e fazer campanha nas escolas”, disse.



Apadrinhado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliado do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), Engler conquistou 435.854 votos no primeiro turno, cerca de 34,3% dos votos válidos. O deputado é visto como um expoente do bolsonarismo na capital, mas no primeiro turno acabou evitando as pautas ideológicas, focando a sua campanha em apresentar propostas para os problemas da cidade.

 

Deputado há dois mandatos, desde 2018, o candidato também tem sido criticado por sua atuação na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Alguns adversários no primeiro turno, sobretudo os da esquerda, tentaram reforçar a ausência do jovem parlamentar nas reuniões de comissão e do Plenário da Casa. Durante a entrevista, ele foi questionado sobre o assunto por uma ouvinte.

 

 

Engler se defendeu afirmando ser um parlamentar atuante e dizendo que as críticas não passam de mentira. O candidato do PL lembrou de dois projetos que aprovou no Legislativo mineiro: o congelamento do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) em 2022 e a lei que determina a retirada de pontos de tomada dos presídios.

 

“O que eu posso dizer é que sempre fui um deputado muito atuante, até por isso minha votação aumentou de 120 mil para mais de 637 mil votos, de 2018 para 2022. (...) Sou um deputado muito produtivo, entrego resultado, fui reconhecido pela população no último pleito. Vou ser um prefeito que vai entregar um resultado muito melhor para Belo Horizonte”, ressaltou.

 

O parlamentar também rebateu as críticas sobre sua idade. Aos 27 anos, se eleito, Engler pode ser um dos prefeitos mais jovens da história da capital mineira. Fuad Noman, por sua vez, é um político experiente, que já atuou nas três esferas de governo: federal, estadual e, agora, municipal.

 

Bruno Engler admite a jovialidade, mas afirma estar “antenado” às novas tecnologias que quer usar como solução para os problemas da capital mineira. O candidato ainda disse que está cercado por um grupo político de “pessoas experientes”, prometendo um secretariado “extremamente técnico” e citando sua vice Coronel Cláudia (PL), de 56 anos, que comandou o policiamento da capital durante as manifestações de 2013 e durante a copa do mundo. “A gente sempre teve uma equipe muito boa, sempre entregou resultado. Na prefeitura não será diferente”, frisou.

 

Ideologia

O candidato bolsonarista também foi questionado sobre como pretende lidar com servidores de carreira que, muitas vezes, estão alinhados com partidos de esquerda. Engler não se esquivou da resposta, disse que é preciso respeitar os concursados, mas foi categórico ao ressaltar que as categorias vão precisar trabalhar de acordo com as diretrizes da sua gestão. “A gente tem uma esquerda que atrapalha nossa cidade há décadas, e vai ter um rompimento com essa diretriz”, declarou.

 

Segundo ele, sua gestão será “amiga” dos empreendedores e terá menos burocracia para liberar alvarás. O candidato também destacou que vai precisar ter uma relação harmoniosa com a Câmara Municipal para rever o código de posturas e o plano diretor da cidade. A próxima legislatura tende a um alinhamento de pautas com o que defende Bruno Engler, uma vez que a maior bancada da casa é do PL com seis vereadores, e apenas 10 dos 41 são de esquerda ou centro-esquerda.

 

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“As pessoas que estiverem trabalhando na nossa gestão, independente de opiniões pessoais, têm de trabalhar por essa mudança e esse projeto. Vamos conversar com muita tranquilidade, muito respeito, e cada um tem o direito a sua opinião”, completou Engler.

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