O senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) reiterou seu apoio a Pablo Marçal (PRTB-SP) e pediu votos para Ricardo Nunes (MDB-SP) no segundo turno da eleição para prefeito de São Paulo. Em vídeo publicado nas redes sociais do parlamentar nesta quinta-feira (10/10), o mineiro faz um discurso em que diz ter o dever moral de se manter ao lado do coach e que foi o primeiro político de direita a apoiar o candidato que terminou em terceiro lugar na corrida pelo Executivo paulistano, atrás do emedebista, que é o atual prefeito, e do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP).
Durante o registro, Cleitinho elenca uma série de elogios a Marçal e afirma que apoiará todas as ações do coach e influenciador. O senador ainda contemporiza eventuais erros do ex-candidato em sua campanha, marcada por uma série de acusações sem provas aos concorrentes, em especial um laudo médico falsificado em que acusava Boulos de internação psiquiátrica por uso de cocaína.
Em meio à longa ode a Marçal, Cleitinho pede votos em Ricardo Nunes, ainda que entenda não ser essa a vontade inicial de quem votou no candidato do PRTB no último domingo (6/10). Ao pedir votos no prefeito paulistano, o senador mineiro destaca que Boulos é apoiado por Lula, enquanto Nunes tem o apoio formal do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Já viu quando você não quer ir para o trabalho ou para a academia e vai na força do ódio? Vai na força do ódio votar no Nunes. Lula é Boulos, mas Bolsonaro apoia nunes [...] é como diz uma parte da bíblia: ou você é quente ou você é frio, morno eu te vomito”, disse Cleitinho ao parafrasear versículos do Apocalipse, último livro bíblico.
Durante toda a campanha pela Prefeitura de São Paulo, Marçal provocou atritos dentro da extrema direita nacional por dividir não apenas o eleitorado, como lideranças tradicionalmente alinhadas ao bolsonarismo. Cleitinho foi uma das primeiras vozes do campo dos apoiadores do ex-presidente a embarcar completamente no barco do coach.
O apoio tímido de Bolsonaro a Nunes, escolhido pelo PL como o candidato na disputa paulistana, foi alvo de críticas de vozes importantes no séquito bolsonarista. A principal delas foi o pastor Silas Malafaia, braço direito do ex-presidente, que elencou ataques duros ao aliado em recente entrevista à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.
Cleitinho é correligionário do governador paulista Tarcísio de Freitas, que integrou a linha de frente da campanha de Nunes como principal cabo eleitoral do prefeito em busca de reeleição. Em seu estado, o senador também não fez a menor questão de seguir a cartilha do Republicanos na eleição pelo Executivo de Belo Horizonte.
Embora o partido tivesse um nome forte para a disputa em Mauro Tramonte, o parlamentar esteve desde o início ao lado de Bruno Engler (PL), que hoje disputa o segundo turno na capital mineira. Na convenção que formalizou o bolsonarista como candidato, Cleitinho chegou a bradar “que se exploda a infidelidade partidária” e endossou seu apoio.