As mulheres mostraram força na eleição em Montes Claros, cidade com 414,3 mil habitantes no Norte de Minas. A Câmara Municipal tinha quatro vereadoras e terá cinco na próxima Legislatura. O número será um recorde na representação feminina entre os vereadores da cidade, com representantes de diferentes áreas, da esquerda (PT) e da direita (PL).  A Câmara tem 23 vereadores.

 

 

As atuais quatro vereadoras do município foram reeleitas: Graça da Casa do Motor (União), 4.065 votos; Ceci Protetora (PRD), 3.872; Maria Helena Lopes (MDB), 3.619 votos; e professora Iara Pimentel (PT), 2.696. No próximo ano, elas terão a companhia de Carol Figueiredo (PL), eleita com 2.004 votos.

 



 

A vereadora eleita Carol Figueiredo é suplente de deputada estadual e pode ser convocada para assumir mandato na Assembleia com a eleição do deputado estadual Coronel Sandro (PL) para a Prefeitura de Governador Valadares. Se Carol optar por assumir o mandato na Assembleia, a vaga dela na Câmara Municipal de Montes Claros também será ocupada por uma mulher, Néia do Projeto Criança Feliz, a primeira suplente de vereadora do PL, que recebeu 1.470 votos.

 

“Hoje, as mulheres estão tendo muito mais sensibilidade na política, com mais reconhecimento”, afirma a vereadora Maria Helena Lopes, reeleita para seu quarto mandato na Câmara. “A mulher deixou de ser vista apenas como um simbolismo, mas reconhecida como alguém que pode fazer mais na vida pública", completa Maria Helena, que tem “política no sangue” - o avô materno, Alpheu de Quadros Lopes, foi prefeito e o pai, Domingos Hamilton Lopes, foi vereador.

 

A vereadora reeleita Iara Pimentel salienta que a participação da mulher “nos espaços de poder e decisão”é de fundamental importância para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. “Representatividade importa. Não há democracia sem a participação das mulheres. Somos mais da metade da população mundial, mesmo assim os Parlamentos seguem majoritariamente masculinos e machistas. Os espaços de decisão precisam se tornar ambientes mais acolhedores e inclusivos para mulheres. Não precisamos que homens falem por nós”, assegura a petista.

 

“ Quando mulheres ocupam cargos eletivos, elas levam além da sua sensibilidade, a sua vivência e são responsáveis inclusive, por políticas públicas de inclusão, de combater à violência contra mulheres, de garantia de melhor qualidade de vida”, avalia Iara Pimentel.

 

 

A vereadora recém-eleita Carol Figueiredo salienta que as siglas partidárias deveria trabalhar mais os temas de interesse das mulheres. “Vejo com muita atenção a participação feminina na política. As duas mais votadas no meu partido são mulheres e não foi preciso muito esforço para isso. Acredito que o que afasta as mulheres da política é a falta de identificação com as pautas, as bandeiras que os partidos levantam”, afirma Carol. “Graças a Deus, recebi bastante apoio na minha campanha que veio tanto de mulheres quanto de homens e todos tem expectativas parecidas em relação a mim. Darei tudo de mim para corresponde-las”, garante.

 

“No nosso caso foi bastante fácil encontrar mulheres que realmente se interessam e querem ocupar espaços para defender as nossas causas”, diz a nova vereadora, que também é presidente do PL Mulher de Montes Claros.

 

Carol afirma que, na sua atuação como vereadora, vai defender as pautas da direita. “As minhas bandeiras não são diferentes do resto da direita por eu ser mulher. Claro que isso interfere na visão de mundo mas, de maneira geral, a direita tem um norte para onde todos apontamos, seja eu, seja o (deputado federal) Junio Amaral, a Ana Campagnolo (deputada estadual em Santa Catarina), o (deputado federal) Eros Biondini, ou o deputado federal Nikolas Ferreira".

 

Histórico

A primeira mulher a integrar o Legislativo Municipal de Montes Claros foi a professora Maria Aparecida Bispo, eleita em 1982. Ela também ganhou destaque como a primeira mulher negra a ocupar o cargo de vereadora na cidade.

 

A segunda mulher eleita para o Legislativo Municipal de Montes Claros foi a professora Marlene Tavares, que exerceu o mandato entre 1989 e 1992. Depois desse período, somente na eleição de 2000 que foram eleitas representantes do femininas para Câmara de Vereadores, duas: Maria de Fátima Pereira e Maria Helena Lopes.

 

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Nas três eleições seguintes, foi eleita apenas uma mulher para o Legislativo Municipal: 2004 (Maria de Fátima Pereira), 2008 (Rita Vieira) e 2012 (Marly Alves). A representação feminina na Casa passou para três na eleição de 2016 (Maria Helena Lopes, Graça da Casa do Motor e Neia do Projeto Criança Feliz). Em 2020, foram eleitas as atuais quatro vereadoras, que se reelegeram no último dia 6/10 e terão a companhia de Carol Figueiredo na próxima Legislatura.

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