O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai realizar na sexta-feira (18/10) em São Paulo uma grande cerimônia de balanço e novos anúncios do Acredita, programa que amplia a oferta de crédito para empreendedores e famílias de baixa renda.

 

Sancionada na semana passada, a medida não teve evento por falta de agenda, mas foi chamada por Lula de "maior programa de crédito já feito na história deste país para pequeno e médio empresário". Ela é tratada por integrantes do governo como uma grande aposta para atingir esse segmento da sociedade, que esteve no foco de Pablo Marçal (PRTB) e que virou alvo de Guilherme Boulos (PSOL) no segundo turno das eleições municipais.

 



 

O evento será feito na capital paulista, onde há maior número de empreendedores do país e também onde Boulos investe nesse eleitorado. Um integrante da campanha do psolista disse que o tema virou "coqueluche" da atualidade.

 

Na semana passada, Boulos esteve em Brasília para se reunir com Lula e gravar programa eleitoral.

 

Na conversa, o presidente encorajou o candidato. Segundo relatos, o petista lembrou sua trajetória pessoal e recomendou que o deputado do PSOL seja ele mesmo na disputa.

 

No domingo do primeiro turno, durante almoço com Boulos, Lula já havia recordado o fato de ter chegado em desvantagem ao segundo turno na disputa de 2006, tendo obtido vitória no final.

 

Antes de embarcar para Brasília para a gravação com Lula, Boulos disse que procuraria o ministro Fernando Haddad (Fazenda) para conversar sobre o programa Jovem Empreendedor, o que acabou não acontecendo.

 

O candidato quer a promessa de recursos do governo federal para a proposta incorporada de Tabata Amaral (PSB). Segundo auxiliares de Lula, o Acredito, com foco no empreendedor mais vulnerável, já contemplaria essa demanda de Boulos.

 

A medida que amplia a oferta de crédito para empreendedores e famílias de baixa renda e facilita a renegociação de dívidas de pequenos negócios, entre outras medidas, era uma medida provisória, transformada em lei no mês passado pelo Congresso.

 

Segundo o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Lula chega na sexta em São Paulo, onde deve participar do evento, que contará com a participação de parlamentares, ministros e presidentes de bancos públicos.

 

Boulos, por ser candidato, não deve poder participar. Mas no dia seguinte contará com a presença de Lula em agendas de campanha na zona leste e na zona sul.

 

 

Terceiro colocado no primeiro turno, Marçal mirou uma agenda de empreendedorismo e levou a maior parte do eleitorado da zona leste. Na zona sul, tradicional reduto petista, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) teve melhor desempenho.

 

A preocupação em ajustar a rota no discurso do PT com o mundo do trabalho já foi exposta por Lula em entrevista na última sexta-feira (4). Ele disse que o partido precisa se adaptar às mudanças no mundo do trabalho e que a realidade e as demandas dos empregados não se resumem mais ao registro formal em carteira.

 

Na mesma entrevista, Lula mencionou o Acredita ao falar sobre empreendedorismo e exaltou o programa pela sua liberação de crédito.

 

"Se ele quiser trabalhar por conta própria, eu sancionei ontem [quinta-feira] um projeto de lei chamado Acredita, que mais vai garantir financiamento para pequeno e médio empreendedor, para cooperativa, para o pessoal do Bolsa Família que quiser fazer um negócio, sabe? Ele vai ter crédito", disse Lula à rádio O Povo/CBN.

 

"Então vai ser o maior programa de crédito já feito na história deste país para pequeno e médio empresário, porque na verdade a gente quer que a pessoa viva, que a pessoa vença. E se o cara tem vontade de vencer por conta própria, que vença", completou.

 

Atendendo à solicitação da presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), o presidente também participará de atividades de campanha de petistas que chegaram ao segundo turno.

 

Na conversa, Gleisi pediu que Lula apoiasse as candidaturas do PT antes da agenda internacional -ele viaja na próxima semana para reunião do Brics na Rússia.

 

Além das capitais Fortaleza, Natal e Porto Alegre, Diadema e Mauá, no ABC paulista, estão entre as prioridades. As duas cidades são governadas pelo PT. Em Diadema, o prefeito José de Filippi Júnior (PT) obteve 45,09% dos votos, atrás do candidato do MDB, Taka Yamauchi (47,39%).

 

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Em Camaçari (BA), Lula deverá participar de um comício em apoio ao petista Luiz Caetano. Ex-prefeito da cidade, ele chegou ao segundo turno com 49,52% dos votos. Seu adversário. Flávio Matos, é do União Brasil, do ex-prefeito ACM Neto.

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