Em uma análise sobre o cenário político atual do país, a vereadora Marcela Trópia (Novo) afirmou acreditar que as eleições gerais de 2026 vão ser desafiadoras, principalmente com a possível candidatura à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o futuro incerto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 2030. 

 

 

Marcela Trópia foi reeleita para o segundo mandato com 17.878 votos — 7 mil a mais do que nas eleições de 2020 —, alcançando a quinta maior votação de BH para a próxima legislatura da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH). A parlamentar foi a terceira entrevistada da série de sabatinas do Estado de Minas Portal Uai com os vereadores eleitos em Belo Horizonte.

 

 

Apesar disso, a vereadora do Partido Novo aponta uma mudança positiva no cenário político municipal, com uma diminuição da polarização e um retorno dos "moderados". Ela cita como exemplo as candidaturas do deputado estadual Bruno Engler (PL) e do prefeito Fuad Noman (PSD) à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), que, em sua opinião, "não polarizaram o discurso". 

 

 

"Acho que já foi pior. Acho que em 2018, quando a gente teve aquela onda de renovação, entraram muitas pessoas que rejeitavam tudo, né? Rejeitavam as pessoas, as ideias e rejeitavam o sistema, e era mais difícil construir essas pontes porque todo mundo já entrava com aquele pé atrás com um colega ali que era de outro partido, etc", disse.

 



 

"Esse sistema, na minha opinião, fracassou. O sistema da renovação puro e simples fracassou. Não à toa, pouquíssimos parlamentares de renovação foram reeleitos ou cresceram de votação de 2018 para 2022. Os deputados mais radicais tiraram mais votos, mas, quando você olha o grosso do Congresso, é a turma que sabe fazer a boa política: conversar com os prefeitos, trazer demandas, dialogar nos ministérios,  conseguir votar um bom Orçamento", complementou.

 

Para a vereadora, a legislatura de 2020 da Câmara Municipal de Belo Horizonte pegou "resquícios" dessa polarização, mas o cenário não se manteve. "Sinto que, em 2020, a gente entrou na Câmara Municipal com um resquício desse 2018 e percebemos que não adiantava ficar nesses dois polos brigando entre si, porque várias pautas estavam ficando sem encaminhamento. Dos dois últimos anos para cá, eu sinto que a esquerda acordou para isso, a direita acordou para isso e todo mundo desceu daquele pedestal ideológico para construir novamente. Eu sinto, pelo menos na Câmara Municipal, que é a realidade que eu estou. Claro que na, rede social, o vídeo vai ser mais viral, a gritaria vai acontecer, mas, no bastidor, as pessoas começaram a conversar", afirmou. 

 

 

Ela cita, como exemplo, a candidatura à Prefeitura de Belo Horizonte do deputado federal (PT) Rogério Correia, em comparação com a de Bruno Engler (PL), apadrinhado do ex-presidente Jair Bolsonaro.

 

"O Bruno Engler não radicalizou o discurso. Pelo contrário, né? Está muito moderado, trazendo ideias muito concretas para a cidade. O Fuad, apesar de estar com a esquerda, não radicalizou o discurso e os poucos candidatos que tentaram usar esses padrinhos, Lula, Bolsonaro, ficaram pelo caminho. Rogério (Correia) não está no segundo turno. Duda não radicalizou discurso. O Engler está no segundo turno, mas com um discurso muito mais moderado", disse.

 

"Pelo menos no município, sinto que a a poeira baixou um pouco. Em 2026, vai ser um apocalipse. Tenho certeza disso, ainda mais com a reeleição do Lula. A gente não sabe se o Bolsonaro volta ou não. Acho que vai ser muito desafiador. O discurso vai se acirrar, mas, no município, sinto que esse movimento da volta dos moderados já aconteceu", continuou.

 

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