FOLHAPRESS - O presidente Lula (PT) passa esta segunda-feira (21/10) no Palácio da Alvorada, sem agenda oficial, após sofrer uma queda no banheiro no sábado (19/10). Ainda não há previsão de retorno de trabalho no Palácio do Planalto, segundo o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais).
Inicialmente, quando divulgou nota sobre o acidente doméstico, a Secom (Secretaria de Comunicação) informou que Lula despacharia no Planalto nesta semana, mas auxiliares disseram que ele optou por ficar na residência oficial.
"[A equipe médica] vai avaliando ao longo dos dias essa autorização ou não, mas por enquanto a recomendação é que ele está liberado para as atividades, para as reuniões. A opção melhor é poder ficar aqui [no Alvorada], porque você tem as reuniões que ele possa fazer de forma constante", disse Padilha a jornalistas, após reunião com o presidente.
O ministro disse ainda que Lula está "superbem" e sem dores.
A reunião com Padilha durou cerca de três horas e também teve a presença do assessor especial para assuntos internacionais Celso Amorim. O ministro disse que Lula deve repetir os exames, pelo protocolo, na terça-feira (22/10), e que autorizações para viagem dependem da equipe médica.
"Ele está muito ativo, super bem (...). Quero passar mensagem de tranquilidade", disse Padilha.
"O presidente, em nenhum momento, perdeu qualquer tipo de nível de consciência, desorientação. Ele mesmo que, ao cair, procurou fazer o contato com a equipe do Palácio para fazer as ações de primeiros cuidados ali. Então, isso é algo muito positivo em um acidente como esse", afirmou ainda.
O presidente buscou aparentar normalidade e postou em suas redes sociais uma foto da reunião com Padilha e Celso Amorim, na qual aparenta estar bem, gesticulando com os seus interlocutores. O flick do Palácio do Planalto também mostra outras coisas fotos do mesmo encontro.
Na tarde da tarde, Lula também recebeu outros integrantes do governo e aliados. Ele teve uma reunião com os ministros Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União) e Alexandre Silveira (Minas e Energia). A pauta era o acordo para indenizar as vítimas e comunidades atingidas pela tragédia de Mariana (MG).
Também foram ao Palácio da Alvorada, na parte da tarde, a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), e novamente Alexandre Padilha.
Devido ao incidente, o presidente não vai mais viajar para a Rússia, onde participaria da reunião de cúpula dos Brics e ficaria até o fim da semana.
De acordo com boletim médico divulgado pelo hospital Sírio Libanês, ele sofreu "ferimento corto-contuso em região ociptal", região responsável pela percepção visual. Levou pontos na região atrás da cabeça.
"Após avaliação da equipe médica, [Lula] foi orientado a evitar viagem aérea de longa distância, podendo exercer suas demais atividades", diz o boletim.
A viagem estava prevista para ocorrer nesse domingo (20/10), mas foi cancelada depois que o presidente fez exames que indicaram a necessidade de ele permanecer em Brasília.
O seu médico Roberto Kalil esteve na capital para acompanhá-lo.
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O presidente dormiu em casa e voltou no domingo para novos exames. Depois, retornou ao Palácio da Alvorada. Nesta tarde, recebeu a visita do chanceler Mauro Vieira, com quem embarcaria para a Rússia.
De acordo com a Secom, Lula deve participar da cúpula dos Brics por videochamada, uma vez que a restrição diz respeito apenas a viagens de longa distância.