O deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) defendeu a reeleição do prefeito Fuad Noman (PSD) em Belo Horizonte e considerou um “erro de avaliação política” o PT lançar uma candidatura própria na capital. O parlamentar foi o convidado do EM Entrevista desta terça-feira (22/10), programa do Estado de Minas e Portal Uai.

 

 

 

Segundo Lopes, o caminho natural que a legenda deveria ter tomado era o apoio a Fuad no primeiro turno do pleito por uma "reciprocidade". O prefeito sustentou a candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na cidade em 2022, logo ao assumir a administração com a saída de Alexandre Kalil.

 

 

 



 

"O Fuad vai terminar os próximos quatro anos como o prefeito que mais entregou obras estruturantes para BH. Vai conseguir, e eu o ajudei muito nessa operação junto ao governo federal, a duplicar os viadutos do Anel Rodoviário. Ele não só elaborou projetos para solicitar o repasse do governo federal, como também assumiu a responsabilidade de municipalizar o trecho. (...) São 120 grandes obras; portanto, é uma continuidade em favor do povo de Belo Horizonte, além de uma experiência de mais de 50 anos. Tudo indica que ele caminha para sua reeleição no próximo domingo", disse o deputado.

 

 

Apesar de discordar da candidatura do colega de Câmara dos Deputados, Rogério Correia (PT), em BH, Lopes reforçou que respeitou e acatou a decisão da direção do partido. “Acredito que foi um erro de avaliação política e que o partido poderia ter saído mais fortalecido com o apoio no primeiro turno ao prefeito Fuad”, emendou. 

 

No primeiro turno, Correia terminou na sexta colocação, com 4,37% dos votos válidos, pouco mais de 55 mil eleitores. Fuad Noman, por sua vez, foi ao segundo turno com 26,54% dos votos — 336.442 eleitores.

 

O atual prefeito disputa o segundo turno contra o deputado estadual Bruno Engler (PL), candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). Na primeira volta das eleições, o bolsonarista conquistou 435.853 eleitores, cerca de 34,38% dos votos válidos.

 

Crítica nacional

 

A crítica de Reginaldo Lopes não se limita ao cenário da capital mineira. Segundo o deputado, o resultado nacional do partido indica a necessidade de uma “reformulação programática”. Para ele, o PT precisa compreender o “novo Brasil”, citando as mudanças no mercado de trabalho e a difusão dos trabalhadores por aplicativo como exemplo.

 

“O nosso governo, nos últimos dois anos, do ponto de vista macroeconômico e da estabilidade e aumento de renda, deveria ter mais aprovação da sociedade. Por que isso não está acontecendo? Há algum erro; eu acredito que exista um erro de comunicação, mas também um erro de diálogo com essas novas organizações do mundo dos trabalhadores. Eu costumo dizer que, no exercício do mandato, somos melhores na prática do que no discurso”, explicou.

 

O deputado classificou a reeleição das prefeitas Marília Campos (PT), em Contagem, e Margarida Salomão (PT), em Juiz de Fora, como exemplos que poderiam ensinar aos correligionários a construir uma campanha municipal.

 

“Elas conseguiram ser reeleitas no primeiro turno em uma conjuntura totalmente adversa às candidaturas majoritárias do partido. Em média, lamentavelmente, as candidaturas do PT tiveram 5%, enquanto elas venceram no primeiro turno”, declarou Reginaldo Lopes.

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