O prefeito de Belo Horizonte e candidato à reeleição, Fuad Noman (PSD), entra na reta final da sua primeira campanha eleitoral como cabeça de chapa da mesma maneira que começou o processo: querendo mostrar suas obras. Em entrevista ao "Alterosa Alerta", da TV Alterosa, e ao Estado de Minas, nessa quarta-feira (23/10), o chefe da administração da capital mineira destacou que não quer brigas e confusões nos últimos quatro dias de segundo turno.

 

“Viemos fazendo uma campanha desde o primeiro momento igual. Quero apresentar minhas obras, dizer que não tenho padrinhos, quero mostrar o que estamos fazendo, o que já fizemos e o que podemos fazer. Espero continuar desse jeito porque a população de Belo Horizonte quer trabalho e obras, não brigas e confusões”, disse.

 

 

Enfrentando o deputado estadual Bruno Engler (PL), Fuad tem como trunfo as obras que vêm realizando pela cidade. Da construção de viadutos nas grandes avenidas até a construção de Unidades de Pronto Atendimento (UPA), o prefeito aposta na continuidade do seu projeto de cidade para vencer nas urnas neste domingo (27/10). “Em dois anos e meio eu já fiz “trezentas” obras, espero nesses próximos quatro anos ampliar isso, fazer mais”, emendou.

 



 

O prefeito ainda rebateu os ataques que tem recebido do adversário e disse que a postura ofensiva pode prejudicar a carreira do bolsonarista. “Pode ser que estamos perdendo um potencial político importante pela postura que ele tem hoje”, declarou.

 

Com a maior coligação de partidos apoiando sua candidatura, Fuad Noman também explicou que não fez promessas nem recebeu pedidos, mas que só em caso de vitória vai negociar com seus parceiros de campanha. Ao jornalista Renato Rios Neto, o prefeito ainda contou seus planos para a segurança pública, saúde e mobilidade urbana na capital mineira, temas considerados centrais para o eleitor.

 

O que a prefeitura pode fazer para coibir a violência, principalmente na questão de furtos e arrombamentos que dão dor de cabeça para o cidadão?

 

Lamentavelmente essa é uma realidade nacional, o Brasil tem muito disso. Belo Horizonte tem menos problemas que as outras grandes cidades, mas ainda tem. A gente tem feito o máximo possível, porque segurança pública, em tese, é de responsabilidade do Estado. A prefeitura entra como coadjuvante nesse trabalho, e para isso nós temos uma Guarda Municipal muito eficiente, preparada e qualificada para trabalhar junto com a polícia.

 

 

Estamos trabalhando para ampliar as câmeras de segurança na rua. Hoje temos mais de 800 equipamentos em combinação com a Polícia Militar, estamos fazendo convênios com as empresas de segurança privada para que possam disponibilizar as câmeras nas ruas. Com isso, a gente consegue mapear toda a cidade. Podemos chegar em quase 5 mil câmeras na cidade, um “Big Brother” na cidade. São câmeras inteligentes e com reconhecimento facial para identificar pessoas com compromissos não cumpridos na Justiça.

 

 

Além disso, a Guarda Municipal tem feito um trabalho de policiamento na rua, no hipercentro e no comércio. Estamos fazendo a mesma coisa em algumas regionais, já começamos em Venda Nova e agora vamos para o Barreiro.

 

Vi uma experiência no Piauí que é uma parceria entre a polícia e as empresas de comunicação, e se for reeleito quero implementar isso em Belo Horizonte. Lá a pessoa registra na polícia que teve o telefone roubado, e a corporação vai comunicar a operadora, que no fim deve mandar uma mensagem mostrando que o aparelho é roubado e deve ser devolvido. Se você comprar esse telefone roubado, na inocência, vai ter uma mensagem comunicando e informando como devolver.

 

Um dos maiores problemas que a população reclama é sobre as UPAS com falta de médicos, tempo de espera muito longo etc. O que o senhor pretende fazer para resolver?

 

A gente tem feito um trabalho muito grande para melhorar o atendimento. Contratei 3.400 profissionais da saúde, o maior número dos últimos dez anos, dos quais 900 são médicos. Belo Horizonte tem mais médicos por habitantes do que São Paulo e Rio, mas a demanda por saúde pública tem aumentado muito, principalmente por pessoas que estavam em planos de saúde e migraram para o SUS.

 

Percebo que temos poucos centros de saúde e poucas UPAs. Se for reeleito, pretendo construir mais cinco centros de saúde, mais três UPAs - já começamos a construir duas unidades no antigo aeroporto (Carlos Prates). Agora estamos concluindo a maternidade do Odilon Behrens, fizemos um acordo com a Faculdade de Ciências Médicas para fazer o hospital contra o Câncer ser 100% SUS. Ou seja, estamos ampliando o que é possível fazer e melhorando muito o atendimento.

 

Ano que vem teremos um sistema que permite a pessoa marcar uma consulta por telefone, e até mesmo ser atendida. Às vezes, a pessoa vai para o posto de saúde e recebe uma pulseira azul indicando que aquele caso não é uma prioridade, essa pessoa pode ser atendida por telefone, receber uma teleconsulta. Ainda tem muita coisa que estamos implantando.

 

Hoje o cidadão está perdendo tempo demais no trânsito, matando a qualidade de vida. Como o senhor pretende melhorar a questão?

 

Quando você faz uma obra na sua cozinha, o que acontece? Um desastre, muita sujeira. Mas depois que ela fica pronta a dona de casa até chama a vizinha para conhecer. É o que estamos fazendo em Belo Horizonte, grandes obras nos corredores principais, e isso atrapalha o trânsito. Na Avenida Cristiano Machado, por exemplo, estamos fazendo quatro grandes viadutos que vão reduzir em 20 minutos o tempo de deslocamento do trabalhador, quando essas obras ficarem prontas com certeza vai melhorar (o trânsito).

 

Com relação aos ônibus, fui o único prefeito que teve coragem de enfrentar os proprietários de ônibus. O único prefeito que não ficou satisfeito com o sistema de ônibus decretou tolerância zero, uma política de fiscalização dentro das garagens e na rua. Depois que exigimos, eles compraram 800 ônibus novos, acabaram os ônibus quebrados. Agora, a gente sabe que não está bom.

 

Essa foi sua primeira campanha eleitoral na cabeça de chapa. Qual sua avaliação sobre esse processo?

 

Foi um momento muito mágico para mim, muito feliz. Nunca tinha recebido tantos abraços, tantos apertos de mão, tantos chamados emocionados das pessoas. Isso para mim tem um valor porque me deu muita força, muita coragem. Já estou sentindo saudade da campanha, e foi uma campanha difícil e trabalhosa.

 

Digo que foi um momento de extrema felicidade. Fico pensando nas pessoas que me abraçaram, me deram a mão, me beijaram, votando comigo, se reeleito preciso retribuir esse carinho para a cidade de Belo Horizonte. Um prefeito só pode governar, se governar para as pessoas e com amor. Esse período foi de uma riqueza muito grande.

 

Faltando quatro dias para as eleições, qual sua estratégia para a reta final?

 

Nós viemos fazendo uma campanha desde o primeiro momento igual. Quero apresentar minhas obras, dizer que não tenho padrinhos, quero mostrar o que estamos fazendo, o que já fizemos e o que podemos fazer. Espero continuar desse jeito porque a população de Belo Horizonte quer trabalho e obras, não brigas e confusões.

 

Quero dizer para a população que está satisfeita com as obras, com o que tem sido feito em Belo Horizonte; eu peço seu voto para que a gente possa terminar as obras que começamos, e criar as novas obras que estão programadas.

 

Em dois anos e meio eu já fiz “trezentas” obras, espero nesses próximos quatro anos ampliar isso, fazer mais. Nenhum outro prefeito fez em quatro anos o que eu fiz em dois. Espero que percebam que acabamos com os problemas de enchentes, as pessoas em vilas e favelas estão sendo bem cuidadas, as encostas estão sendo protegidas, isso tudo é benefício para a cidade de Belo Horizonte. Eu quero continuar, porque como disse: ‘não sou homem de deixar nada pela metade’.

 

O senhor tem uma grande coligação apoiando o senhor, muitos partidos ainda declararam apoio no segundo turno. Caso seja eleito, como o senhor vai retribuir?

 

A gente sabe que ninguém ganha uma eleição sozinho. Você precisa de apoio, partidos, lideranças com você, foi isso que conseguimos no primeiro e segundo turnos. Não prometemos e nem recebemos pedidos de nada, mas são partidos importantes, lideranças importantes e pessoas qualificadas. Vamos sentar com eles, discutir e conversar, mas primeiro precisamos ganhar as eleições e depois pensamos na sequência.

 

Como o senhor avalia a postura ofensiva do Engler nessa reta final de campanha?

 

Eu fico preocupado. Ele é um jovem que em vez de construir só faz destruir, em vez de debater, dialogar, só ataca, em vez de unir, só divide. Fico pensando que ele é um menino novo, com muita coisa para fazer, uma vida política grande pela frente, e isso prejudica a carreira dele.

 

 

Pode ser que estamos perdendo um potencial político importante pela postura que ele tem hoje. Gostaria que ele refletisse sobre isso, apresentasse suas propostas, estudasse mais a cidade, visitasse os problemas. Se não conseguir ganhar agora, que se prepare para a próxima eleição. Se conseguir ganhar, que ele possa unir a cidade.

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