O prefeito de Belo Horizonte e candidato à reeleição, Fuad Noman (PSD), se disse preocupado com a postura agressiva do adversário Bruno Engler (PL) no segundo turno da capital mineira. Em entrevista ao Estado de Minas nesta quarta-feira (23/10), o candidato do PSD avaliou os ataques que o deputado bolsonarista tem feito na reta final de campanha.

 

 

“Fico preocupado. Ele é um jovem que ao invés de construir só faz destruir, um jovem que ao invés de debater, dialogar, só ataca, um jovem que ao invés de unir, só divide. Eu fico pensando que ele é um menino novo, com muita coisa para fazer, uma vida política grande pela frente, e isso prejudica a carreira dele”, disse.



Fuad ainda disse que o candidato pode ser um potencial político perdido devido à postura agressiva e que, caso seja derrotado por Engler, espera que o adversário possa “unificar a cidade”. “Gostaria que ele refletisse sobre isso, apresentasse suas propostas, estudasse mais a cidade, visitasse os problemas”, completou.

 

Os últimos ataques de Engler são direcionados para um livro de ficção escrito por Fuad Noman, ainda em 2022, em que o relato em primeira pessoa da personagem Sueli descreve um abuso sexual cometido pelo padrasto e um amigo quando ela tinha 12 anos.

 

 

A Justiça Eleitoral mandou remover a propaganda gravada pela vice de Engler, Coronel Cláudia (PL), em que a número dois da chapa apela para o voto das “famílias” contra Fuad. A liminar proferida pelo juiz Adriano Zocche, nessa terça-feira (22/10), classifica a propaganda como “enganosa”.

 

Zocche reconhece o elemento fictício da obra e ressalta que o trecho em questão é uma forma de “evidenciar tragédias e abusos sofridos, sem qualquer apologia ou incentivo”. “Ocorre que a propaganda dá a entender claramente que a descrição de uma cena em livro, a qual retrata fato sabidamente ilícito, criminoso e imoral, implicaria automaticamente em endosso à prática. Isso é descontextualização”, diz a decisão.

 

Em nota, a campanha do deputado Bruno Engler afirmou que todas as informações divulgadas sobre “Cobiça” são verdadeiras. “A suspensão foi determinada de forma liminar, enquanto o processo continua em trâmite, ainda não há decisão definitiva. Todas as informações divulgadas sobre o livro são verdadeiras, e é isso que iremos reforçar, na nossa defesa”, escrevem.

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