Uberaba, no Triângulo Mineiro, é a única cidade do interior de Minas Gerais a realizar a eleição em segundo turno. Hoje (27/10), os eleitores irão às urnas para escolher entre a prefeita Elisa Araújo (PSD) e o ex-deputado estadual Tony Carlos (MDB).

 

A prefeita Elisa, apoiada pelo governador Romeu Zema (Novo), enfrentará Tony Carlos pela segunda vez consecutiva. Ele, que já ocupou a Câmara Municipal por seis mandatos e foi deputado estadual por dois, tem como aliado o ex-prefeito Paulo Piau, que ficou em quinto lugar entre os seis candidatos que concorreram ao executivo no primeiro turno, em 6 de outubro. De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Elisa obteve 46,29% dos votos válidos, enquanto Tony Carlos recebeu 28,21%.

 



 

Em 2020, a empresária Elisa Araújo, de 42 anos, fez história ao se tornar a primeira mulher a governar Uberaba e a candidata mais jovem a vencer uma eleição para a prefeitura. Assim como nesta eleição, ela contou com o apoio de Zema e derrotou Tony Carlos, de 60 anos, com 57,36% dos votos válidos, contra 42,64% do adversário.

 

 

Apoios

 

O ex-prefeito de Uberaba e ex-ministro de Lula, Anderson Adauto (PV), ficou em terceiro lugar com 12,91%, mas seus votos aparecem como anulados, pois sua candidatura está em julgamento. O registro de Adauto foi indeferido em segunda instância pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), e o recurso agora segue para o TSE. Ele declarou que se manterá neutro até o fim das eleições.

 

Da mesma forma, Samir Cecílio (PL), que obteve 9,04% dos votos e ficou em quarto lugar, também afirmou que permanecerá neutro. "Diante do cenário escolhido pela maioria dos eleitores uberabenses neste segundo turno, o PL Uberaba optou pela neutralidade, deixando livre para que cada eleitor, filiado e apoiador, tome sua decisão", diz uma nota divulgada em sua rede social.

 

Por outro lado, o ex-prefeito Paulo Piau (PSDB), que recebeu 3,21% dos votos no primeiro turno e foi o quinto mais bem votado, afirmou que político não deve optar pela neutralidade. "É o mesmo que recomendar voto branco ou nulo. Meu voto será destinado ao Tony Carlos", complementou.

 

Adriano Espíndola (PSTU), que teve apenas 0,35% dos votos válidos, declarou que Elisa e Tony não representam a classe trabalhadora. Por isso, seu partido publicou uma nota orientando os eleitores a optarem pelo voto nulo no segundo turno em Uberaba.

 

Propostas

 

Elisa Araújo é formada em Arquitetura e Urbanismo e possui especialização em gestão de negócios. Foi a primeira mulher a assumir a presidência da Federação Industrial do Estado de Minas Gerais (Fiemg) - Regional Vale do Rio Grande.

 

Entre as bandeiras defendidas por Elisa estão o avanço de projetos já iniciados em seu governo, como o Programa Desenvolve Uberaba, que visa a captação de água do Rio Grande; a utilização de tecnologia para agilizar a fila eletrônica e reduzir o tempo de espera para consultas, cirurgias e exames; além da atração de mais empresas e investimentos para a cidade.

 

Tony Carlos, por sua vez, foi vereador em Uberaba durante seis mandatos, sendo eleito pela primeira vez em 1988, aos 23 anos. Também foi deputado estadual por dois mandatos na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

 

Esta é a segunda vez que ele concorre à Prefeitura de Uberaba, tendo chegado ao segundo turno nas eleições de 2020. As bandeiras defendidas por Tony incluem cuidados com a saúde da população e o desenvolvimento econômico da cidade.

 

Multa de R$ 53 mil

 

Na tarde de segunda-feira (21/10), a Justiça Eleitoral multou o candidato Tony Carlos em R$ 53 mil pelo uso indevido da Rádio Atividade FM, da qual é proprietário, em propaganda eleitoral irregular. A decisão, proferida pela 347ª Zona Eleitoral, considerou que a emissora favoreceu Tony Carlos ao elogiar sua candidatura e criticar a gestão da atual prefeita.

 

Segundo a Justiça, a rádio usou sua programação para promover de forma desequilibrada o candidato, violando a lei eleitoral que exige tratamento igual para todos os concorrentes. A sentença determinou a retirada do conteúdo das redes sociais da emissora e impôs a multa pela conduta irregular, destacando o impacto no pleito.

 

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A decisão foi fundamentada em provas coletadas, incluindo áudios, vídeos e transcrições dos programas da rádio, que comprovariam o tratamento privilegiado a Tony Carlos. A defesa alegou liberdade de imprensa, mas a Justiça entendeu que houve abuso do meio de comunicação em favor do candidato.

 

A rádio e Tony Carlos podem recorrer da decisão.

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