Na reta final do segundo turno em Fortaleza, os dois candidatos criticaram ataques de uma campanha a outra e alertam apoiadores para não revidar provocações. O deputado estadual Evandro Leitão (PT) repudiou nesta sexta-feira (25/10) a ameaça que recebeu de um vereador aliado de seu adversário no pleito, André Fernandes (PL).

 

Enquanto isso, Fernandes não tratou publicamente do episódio. Em ato ao lado do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), na quinta (24/10), criticou o PT e afirmou que seus apoiadores devem tomar cuidado com "fake news, mentiras e falácias" supostamente disparadas pela campanha adversária.

 



A disputa em Fortaleza está indefinida às vésperas do segundo turno, com pesquisas apontando empate técnico entre os dois candidatos. Ela representa um reflexo da polarização nacional, com um candidato apoiado por Lula (PT) e o outro por Jair Bolsonaro (PL), num ensaio para 2026.

 

Em vídeo publicado nas redes sociais na quarta-feira (23/10), o vereador Inspetor Alberto (PL), que foi assessor de Fernandes e atua na campanha do aliado, xingou o candidato petista e o ameaçou. Ele diz que Leitão deve ir para a "churrasqueira" e preparar "o seu caixão". "Leitão filha da puta, tu vai para a churrasqueira. Prepara o seu caixão, vagabundo", disse.

A campanha petista registrou um boletim de ocorrência contra o vereador pelo crime de ameaça, e a de Fernandes não comentou.

 

Nesta sexta-feira (25/10), o candidato do PT repudiou os ataques e afirmou que o episódio representa "cenas inaceitáveis de intolerância e ódio". "Essas cenas chocaram Fortaleza e o Brasil inteiro, porque nós somos da paz e eleição não deve ser uma guerra", diz Leitão em publicação.

No vídeo, o petista afirma que tem recebido relatos de "provocações" que estão sendo feitas por apoiadores de seu adversário para "intimidar o nosso povo" e pede para que seus apoiadores não caiam em provocações.

 

"Queria pedir para que não entrem em provocação, não retribuam essa violência com mais violência. Está chegando o dia da eleição e a nossa resposta para todos esses ataques violentos será dada nas urnas com a força da união e da democracia."

Nos bastidores, aliados do petista dizem que é preciso usar esse episódio para criticar o bolsonarismo, que tem como representante na disputa Fernandes. Eles avaliam que isso pode desgastar a imagem do adversário e citam como exemplo o que ocorreu com Carla Zambelli (PL-SP) em 2022.

 

Na véspera do segundo turno daquele ano, a deputada federal correu com uma arma em punho atrás de um apoiador de Lula numa rua em São Paulo -aliados de Bolsonaro, naquele momento, responsabilizaram a deputada e esse episódio pela derrota na tentativa de reeleição.

 

Na noite de quinta, André Fernandes reuniu uma multidão de apoiadores numa caminhada que teve a presença do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). No ato, Fernandes criticou o PT e Leitão e disse que a campanha de seu adversário "tentou de todo o jeito" atacá-lo "com mentiras, fake news e falácia".

 

"Já criaram narrativa que eu vou acabar com a enfermagem, acabar com o Bolsa Família e cortar verba da cultura. Tenho uma lista com mais de 200 ataques de fake news", disse aos apoiadores.

 

Ele afirmou que a campanha adversária "mentiu de todas as formas possíveis" e vasculhou sua vida "para tentar encontrar alguma coisa para manchar" a sua imagem. O candidato acusou o adversário de ter usado inteligência artificial para atacá-lo.

 

"Não sei o que eles farão na sexta, no sábado e no dia da eleição. Chamo a atenção de cada um de vocês: não vamos baixar o nível nem criar mentiras sobre o outro lado. Vamos combater a mentira usando a verdade", disse.

 

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"Nesta reta final, eu preciso de vocês compartilhando vídeos, mandando vídeos no WhatsApp, comentando as postagens. Eles vão tentar falar tudo, vão vir com as maiores barbaridades", afirmou.

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