Uberaba, no Triângulo Mineiro, é a única cidade do interior de Minas Gerais que volta às urnas hoje para decidir quem ocupará o cargo de prefeito pelos próximos quatro anos. Os 238.276 eleitores do segundo maior município da região vão escolher entre a prefeita Elisa Araújo (PSD) e o ex-deputado estadual Tony Carlos (MDB).
Elisa, apoiada pelo governador Romeu Zema (Novo), enfrentará Tony Carlos pela segunda vez consecutiva. Ele tem como principal aliado o ex-prefeito Paulo Piau, que ficou em quinto lugar entre os seis candidatos que concorreram ao Executivo no primeiro turno, em 6 de outubro. De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Elisa obteve no primeiro turno 46,36% dos votos válidos, enquanto Tony Carlos recebeu 28,09%.
Em 2020, a empresária Elisa Araújo, de 42 anos, fez história ao se tornar a primeira mulher a governar Uberaba e a candidata mais jovem a vencer uma eleição para a prefeitura. Assim como nesta eleição, ela contou com o apoio de Zema e derrotou Tony Carlos, de 60 anos, com 57,36% dos votos válidos, contra 42,64% do adversário.
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Elisa Araújo é formada em arquitetura e urbanismo e tem especialização em gestão de negócios. Foi a primeira mulher a assumir a presidência da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) - Regional Vale do Rio Grande.
Entre as bandeiras defendidas por Elisa estão o avanço de projetos já iniciados em seu governo, como o Programa Desenvolve Uberaba, que visa a captação de água do Rio Grande; a utilização de tecnologia para agilizar a fila eletrônica e reduzir o tempo de espera para consultas, cirurgias e exames; atração de mais empresas e investimentos para a cidade.
Tony Carlos foi vereador em Uberaba durante seis mandatos, sendo eleito pela primeira vez em 1988, aos 23 anos. Também foi deputado estadual por dois mandatos. Esta é a segunda vez que ele concorre à Prefeitura de Uberaba, tendo chegado ao segundo turno nas eleições de 2020. As bandeiras defendidas por Tony incluem cuidados com a saúde da população e o desenvolvimento econômico da cidade.
Apoios
Na campanha de segundo turno, à exceção de Paulo Piau, os outros três candidatos derrotados no primeiro turno preferiram se manter neutros na disputa. O ex-prefeito de Uberaba e ex-ministro de Lula Anderson Adauto (PV) ficou em terceiro lugar, com 12,90%, mas seus votos aparecem como anulados, pois sua candidatura está em julgamento. O registro de Adauto foi indeferido em segunda instância pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), e o recurso agora segue para o TSE. Ele foi um dos que preferiram não declarar apoio no segundo turno.
Samir Cecílio (PL), que obteve 9,08% dos votos e ficou em quarto lugar, também não declarou apoio. “Diante do cenário escolhido pela maioria dos eleitores uberabenses neste segundo turno, o Partido Liberal de Uberaba optou pela neutralidade, deixando livre para que cada eleitor, filiado e apoiador, tome sua decisão”, disse em uma nota divulgada em sua rede social.
Adriano Espíndola (PSTU), que teve apenas 0,35% dos votos válidos, declarou que Elisa e Tony não representam a classe trabalhadora. Por isso, seu partido publicou uma nota orientando os eleitores a optarem pelo voto nulo no segundo turno no município do Triângulo Mineiro.
O ex-prefeito Paulo Piau (PSDB), que recebeu 3,22% dos votos no primeiro turno e foi o quinto mais votado, afirmou que político não deve optar pela neutralidade. “É o mesmo que recomendar voto branco ou nulo. Meu voto será destinado ao Tony Carlos”, complementou.
Ataques
A campanha de segundo turno em Uberaba foi marcada por troca de acusações dos dois lados. Os dois candidatos acionaram a Justiça Eleitoral e conseguiram direito de resposta quando se sentiram atacados e vítimas de fake news.
Um dos últimos lances nessa briga judicial ocorreu na segunda-feira, quando a Justiça Eleitoral multou Tony Carlos em R$ 53 mil pelo uso indevido da Rádio Atividade FM, da qual é proprietário, em propaganda eleitoral considerada irregular.
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A decisão, proferida pela 347ª Zona Eleitoral, considerou que a emissora favoreceu Tony Carlos ao elogiar sua candidatura e criticar a gestão da atual prefeita. A rádio e o candidato podem recorrer da decisão.