O economista Fuad Noman (PSD) foi reeleito prefeito de Belo Horizonte, com 53,73% dos votos válidos contra 46,27% obtidos pelo deputado estadual Bruno Engler (PL), em uma disputa marcada, principalmente na reta final, por ataques e desinformação por parte da campanha do bolsonarista. A abstenção foi de 31,95% dos eleitores e superou os votos obtidos por Engler. Os votos brancos foram 3,41%, e os nulos, 4,56%.


“Apesar do radicalismo e da delinquência da outra campanha, mantive a linha e o respeito às regras do jogo. Jamais pensei em me vingar dos ataques nem dividir nossa cidade. Sou o prefeito de todos”, disse Fuad, em pronunciamento feito em seu comitê, localizado na Savassi, na Região Centro-Sul da cidade, após a apuração.

 



O prefeito reeleito classificou o resultado das urnas como “a vitória do trabalho, do amor, da verdade e do bom senso”. “A vitória de quem se dedicou 55 anos ao serviço público e se dedica até hoje a servir as pessoas. A vitória de quem trabalhou incansavelmente nos últimos dois anos em que estive sentado na cadeira de prefeito”, declarou Fuad, ao lado do vereador Álvaro Damião (União Brasil), seu vice-prefeito eleito, de sua esposa Mônica Noman, do ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), do presidente do PSD mineiro, deputado estadual Cássio Soares.

 

 

Fuad assumiu o comando da Prefeitura de Belo Horizonte em abril de 2022, depois da renúncia de Alexandre Kalil para disputar o governo de Minas contra o governador Romeu Zema (Novo), que foi reeleito.

 



 

Fuad também destacou que mesmo enfrentando uma campanha e um tratamento contra o câncer não abandonou seu trabalho na PBH. “Não faltei a um único dia de trabalho”, afirmou Fuad, em uma crítica indireta a Engler.

 

E na reta final da disputa, o prefeito explorou no horário eleitoral e nos debates o fato de Engler ter faltado a quase metade das sessões de votação da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) desde que assumiu o mandato parlamentar em 2019.

 

Fuad também agradeceu aos médicos que cuidaram de sua saúde durante a disputa e também à sua família. Além da esposa, o prefeito fez seu pronunciamento em companhia dos dois filhos, Paulo e Gustavo, que, segundo o prefeito, vieram de São Paulo para acompanhar o resultado das eleições.
“Obrigada, minha família, que foi meu esteio, que me deu sustentação, que me deu força, que me permitiu seguir nessa caminhada, mesmo com todas as dificuldades que enfrentamos”, disse Fuad.

 

 

'Cobiça'

 

Após o pronunciamento, o prefeito falou novamente sobre os ataques da campanha adversária, principalmente as acusações feitas por Engler relacionadas ao livro de ficção “Cobiça”, escrito por ele em 2020. Fuad foi acusado pela campanha de Engler de endossar violência sexual contra crianças e adolescentes em função de um dos trechos de seu livro, que narra uma cena de estupro contra uma personagem de 12 anos.

 

Segundo ele, a campanha de Engler “varreu” sua vida para tentar achar algum escândalo, “mas não acharam nada”. “Aí resolveram pegar o livro. Porém acho que não leram, porque se tivessem lido, não falariam tanta bobagem. O livro é uma ficção”, afirmou Fuad, que agradeceu ao adversário por mostrar que sua “vida é limpa”.

 

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Na coletiva, o prefeito não quis falar sobre a futura composição de seu secretariado, mas prometeu continuar as obras e trabalhar para melhorar os gargalos da cidade, principalmente nas questões relacionadas à saúde e trânsito.


O prefeito também garantiu que sua relação com Zema não será abalada pela disputa e que ele vai continuar em diálogo constante com o governo do estado, como sempre fez. Zema, no primeiro turno, apoiou a candidatura do deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos), que teve como candidata a vice-prefeita a secretária de Planejamento, Luisa Barreto (Novo), e no segundo, a de Engler.

 

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