A Polícia Federal concluiu que houve "falhas evidentes" por parte da Secretaria de Segurança do Distrito Federal (SSP-DF) - na época chefiada por Anderson Torres -  na prevenção dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, que culminaram na invasão e depredação dos prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal, no centro de Brasília.

 

O parecer faz parte de um pedido de manifestação enviado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), à Procuradoria-Geral da República (PGR). No documento, Moraes solicita um parecer do procurador-geral, Paulo Gonet, e inclui trechos do relatório da PF que apontam falhas da SSP-DF no dia 8 de janeiro.

 



 

"Conclui-se que as falhas da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF) no enfrentamento das manifestações de 08/01/2023 são evidentes, especialmente pela ausência inesperada de seu principal líder, Anderson Gustavo Torres, em um momento de extrema relevância. A falta de ações coordenadas e a difusão restrita de informações cruciais contidas no Relatório de Inteligência nº 6/2023 foram fatores decisivos que contribuíram diretamente para a ineficiência da resposta das forças de segurança", cita o relatório.

 

 

O processo tramita no âmbito do inquérito 4.923, no STF. O relatório da PF também revela o despreparo da pasta no domingo dos atos golpistas, em 8 de janeiro. “Em suma, a ausência de articulação e de difusão de dados comprometeu a capacidade de antecipar e enfrentar os atos de violência, revelando um despreparo que não pôde conter a escalada dos eventos ocorridos em 08 de janeiro de 2023.”

 

8 de janeiro

 

O inquérito que traz o relatório da PF é o mesmo que foi aberto logo após os atos de 8/1. Nele, o governador Ibaneis Rocha (MDB) foi afastado das funções de chefe do Executivo local. O processo ainda investiga alguns integrantes da cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), além de Anderson Torres e do ex-secretário-executivo da SSP-DF, Fernando de Sousa Oliveira.

 

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A PGR terá 15 dias para se manifestar sobre o relatório da PF. As defesas de Torres e Ibaneis solicitaram acesso ao documento, que contém mais de 15 páginas.

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