Belo-horizontinos se reuniram, na manhã desta sexta-feira (15/11), na Praça Sete, no Hipercentro da capital mineira, para protestar pelo fim da escala de trabalho 6x1. O ato, organizado pelo movimento Vida Além do Trabalho (VAT), contou com o apoio de representantes do partido Unidade Popular (UP), PSTU e do Psol, partido de Erika Hilton, autora da proposta de emenda à Constituição (PEC) que estabelece a duração do trabalho de até oito horas diárias e 36 horas semanais.
Milcíades Campos, de 32 anos, aproveitou o feriado da Proclamação da República para participar da manifestação. “Eu trabalho com telemarketing de segunda à sábado. São sete horas diárias, mas é um trabalho muito cansativo, tem que ligar para as pessoas, vender, e ainda se preocupar em bater meta. Hoje pelo feriado pude vir aqui, mas amanhã eu trabalho de novo”, contou.
Além do trabalho em regime de contratação CLT, ele precisa complementar a renda com atividades freelancer. “Eu trabalho com design por fora, porque com um salário mínimo não dá para viver. Mas também não tenho vida social, quase inexistente. Comecei a trabalhar para viajar, mas não tenho tempo, e acaba apertando financeiramente”, disse o atendente.
Vereadora reeleita em BH, Iza Lourença (Psol) participou da manifestação e disse que espera apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à PEC ainda nesta semana. “Eu acredito muito que a gente precisa de lideranças novas, de movimentos novos, pra gente reconstruir a esquerda e voltar a ter muita gente na rua. É importante que o presidente que a gente elegeu, se posicione favorável a essa pauta e ajude a articular no Congresso Nacional”, afirmou.
Wanderson Rocha (PSTU), que disputou a Prefeitura de Belo Horizonte no último pleito, acompanhou o movimento como representante do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de BH (Sind-Rede).
“Nós temos na nossa base trabalhadores terceirizados que somam uma jornada de 44 horas semanais, que acaba fazendo com que eles trabalhem em jornada a mais ou trabalhem no sábado. Já é uma reivindicação que a empresa, a qual eles são vinculados, seja contratada pela prefeitura e possa reduzir essa jornada de trabalho de tal forma que evite esse desgaste de terem que trabalhar sábado nessa jornada de 6x1”, disse.
Mariana Fernandes, presidente da UP em BH, criticou os posicionamentos do setor do comércio e indústria, contrários à aprovação do texto de Hilton. “São representantes dos ricos e milionários do nosso país. Porque dizem que é um ataque, né? É um ataque que vai acabar com a economia, mas o que é economia? A gente tem metade da nossa população vivendo em segurança alimentar, uma parcela está na fome, na miséria, no desemprego”, apontou.
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