Após sinalizar que não assinaria a criação da Aliança Global contra a Fome, iniciativa brasileira na presidência do G20, a Argentina recuou e aderiu ao grupo nesta segunda-feira (18/11). O país vizinho era o único das 20 maiores economias que não havia concordado com a criação da proposta do governo Lula.
O lançamento oficial da Aliança ocorreu na abertura da cúpula do G20 no Rio de Janeiro, mas o país comandado pelo ultraliberal Javier Milei adotou uma postura de oposição às medidas brasileiras na presidência do grupo. A decisão teria causado constrangimento entre os diplomatas.
Historicamente, a Argentina tem adotado uma postura pragmática nas negociações dos fóruns multilaterais. Desde que Milei assumiu a presidência em novembro de 2023, a diplomacia do país tem sido mais conservadora. Na última semana, por exemplo, a delegação da Argentina deixou a COP 29 no Azerbaijão sem assinar a declaração final.
Em outubro, Milei demitiu a chanceler Diana Mondino após votar contra os embargos econômicos dos EUA contra Cuba na ONU. A ministra das Relações Exteriores mantinha uma relação de proximidade com o chanceler Mauro Vieira, chefe do Itamaraty.
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Ao todo, 82 países assinaram a criação da Aliança, além da União Europeia e União Africana, 24 organizações internacionais, nove instituições financeiras internacionais e 31 organizações filantrópicas e não governamentais.
Aderir à aliança significa que os países anunciaram compromissos para reduzir a fome e a pobreza no âmbito nacional. Um número menor de países ainda prometeu conceder recursos para auxiliar políticas públicas em regiões em desenvolvimento, como a Noruega, por exemplo.
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O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciou um aporte de US$ 25 bilhões para a Aliança, que seria R$ 146 bilhões na cotação atual. Os empréstimos devem ser destinados a projetos na América Latina e no Caribe.