O plano de militares ligados às Forças Especiais do Exército, chamados de Kids Pretos, para matar o ministro Alexandre de Moraes (STF), revelado pela Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (19/11), foi cancelado pelos agentes de última hora. A PF prendeu o general da reserva e ex-ministro Mário Fernandes, e os tenentes-coroneis Helio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo.
Segundo a investigação, os militares chegaram a iniciar a execução da operação com emprego de técnicas típicas de agentes de forças especiais. Os documentos juntados pela PF teriam sido impressos por Mário Fernandes no Planalto no dia 9 de novembro de 2022. Neles, há diversos elementos relacionados à logística do plano, incluindo possíveis rotas de deslocamento de Moraes.
O documento com o nome “Copa 2022” descrevia o planejamento. As ações começaram a ser colocadas em práticas com novos aparelhos celulares adquiridos pelos militares que cadastraram nomes de países como codinomes nos aplicativos de mensagem: Alemanha, Áustria, Gana e Japão.
Segundo a PF, seis militares do grupo especial atuaram na tentativa de assassinato de Moraes e o crime "deveria ter sido consumado no dia 15 de dezembro de 2022", data em que todos os envolvidos combinaram posicionamentos em Brasília, como locais próximos ao STF e da residência do ministro, e usaram veículos alugados para não deixar rastro.
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Os agentes esperavam o fim de um julgamento que ocorria no Supremo Tribunal Federal, mas a sessão foi encerrada mais cedo do que o previsto. Diante do imprevisto, os agentes trocaram mensagens para cancelar o plano.
Em determinado momento, o militar identificado como Áustria disse que estava perto da posição combinada e perguntou: ‘Vai cancelar o jogo?’. Outro envolvido com o codinome “teixeiralafaiete230” responde mandando abortar o plano: “Áustria…Volta para local de desembarque… Estamos aqui ainda…”.