Mauro Cid, na chegada ao STF: novo depoimento amplia suspeitas sobre militares de alta patente  -  (crédito:  Renato Siouza/Cb/Reprução/Video)

Mauro Cid, na chegada ao STF: novo depoimento amplia suspeitas sobre militares de alta patente

crédito: Renato Siouza/Cb/Reprução/Video
 
Em audiência realizada no Supremo Tribunal Federal (STF), na quinta-feira (21), o tenente-coronel Mauro Cid citou o ex-presidente Jair Bolsonaro. No entanto, fontes ligadas ao caso confirmaram ao Correio que o militar não disse que o ex-presidente sabia do plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice, Geraldo Alckmin e o próprio magistrado. 
 
A oitiva de Cid ocorreu para complementar informações anteriores e para que ele explicasse contradições que foram apresentadas pela Polícia Federal sobre versões contadas por ele em relação ao plano para um golpe de Estado. O planejamento para atentar contra autoridades eleitas e contra Moraes foi identificado pelos investigadores em mensagens que foram recuperadas no celular de Cid.
 
 

A PF chegou a encaminhar ao Supremo um pedido de suspensão da delação. No entanto, ao ouvir o militar, Moraes entendeu que as explicações foram "satisfatórias" e manteve a validade do acordo de colaboração. As informações serão utilizadas no inquérito que investiga ataques contra as instituições e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. 
 
 
Em entrevista à Globo News, o advogado de Cid, Cezar Bitencourt, chegou a dizer que Bolsonaro sabia de tudo. "Confirma que sabia, sim, na verdade o presidente de então sabia tudo. Na verdade, comandava essa organização", afirmou o advogado.
 
 
Mas logo em seguida voltou atrás.  "O presidente, segundo a informação, teria conhecimento dos acontecimentos que estavam se desenvolvendo. Isso ele não pode negar, mas não tem nada além disso. Eu não falei plano de morte, plano de execução, de execução como sendo o plano de morte. Falei da execução do plano pensado, imaginado, desenvolvido, nesse sentido", completou o advogado.
 

O advogado de Jair Bolsonaro, Fábio Wajngarten, declarou que a entrevista é “digna de concurso de humor” e que o advogado de Cid parece ter “memória seletiva”. 

 

"Entrevista digna de concurso de humor. Além do nobre colega advogado demonstrar uma memória seletiva, ficou evidente que estava sendo pautado por terceiros, num roteiro pré-estabelecido. A entrevistadora percebe a encenação e questiona de imediato se ele estava sendo pressionado ou ameaçado por alguém. O entrevistado busca encerrar a entrevista de todo modo”, declarou.