Eleita pela quarta vez à Prefeitura de Contagem e um dos principais nomes do Partido dos Trabalhadores em Minas Gerais, Marília Campos já se manifestou contrária à possibilidade de concorrer ao governo estadual no pleito de 2026. Apesar de ainda faltar dois anos, alguns postulantes ao cargo já começam a fazer movimentações políticas visando a corrida eleitoral.

 

Em entrevista ao Estado de Minas, o vereador reeleito em BH pelo PT, Dr. Bruno Pedralva, avaliou que a decisão da correligionária foi feita de forma incipiente, mas que é necessário tirar o estado do poder dos “ultraliberais do Novo, filhotes de Bolsonaro”.




“Quem vai ser candidato ou candidata tem que ficar um pouco mais para frente. A Marília é uma das nossas pré-candidatas potenciais, sempre com a preocupação que a gente tem um inimigo hoje, que é a extrema-direita negacionista, autoritária e ultraliberal. Se houver possibilidade de a gente fazer composições amplas para garantir a derrota da extrema-direita, faremos. Precisamos ter esse cuidado para que o governo de Minas seja resgatado para o campo democrático e não fique nas mãos dos ultraliberais do Novo, filhotes de Bolsonaro”, afirmou o petista.


O atual governador Romeu Zema (Novo) não poderá concorrer ao cargo em 2026, por ter sido eleito duas vezes, e, por isso, se inicia uma movimentação para possíveis substitutos. Apesar de faltar muito tempo, alguns nomes como dos senadores Cleitinho Azevedo (Republicanos) e Rodrigo Pacheco (PSD), do vice-governador Mateus Simões (Novo) e da petista, começam a ter ser ventilados.

 

 

O desempenho do PT nas eleições municipais de 2024 foi avaliado por alguns políticos aliados e opositores como ruim. Posição que Pedralva não coaduna. “Tem essa discussão ‘PT saiu derrotado nas eleições municipais?'. Vamos comparar com as eleições de 2020. O PT cresceu em relação ao que tínhamos antes e voltamos a governar uma capital, que é algo significativo. A grande lição é que fazemos parte de uma frente ampla que derrotou o bolsonarismo e que governa junto com o presidente Lula. Tem espaço para outros partidos, o MDB, o PSD, são base do presidente Lula, fazem parte dessa frente ampla democrática”, afirmou.

 

 

Na capital mineira, o partido concorreu à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) com o deputado e vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, Rogério Correia (PT), que recebeu 55 mil votos, ficando em sexto lugar. Por isso, no segundo turno, decidiu, assim como muitos partidos progressistas, pelo apoio ao prefeito Fuad Noman (PSD), que acabou reeleito com quase 54% dos votos válidos, contra o deputado estadual bolsonarista Bruno Engler (PL), que teve como apoiadores o governador Zema e a grande maioria dos filiados do Republicanos e do PP.

 

 

Sobre a posição da prefeita Marília Campos, Bruno Pedralva afirmou que ela é um quadro forte para a disputa e que a fala tenha sido fruto de uma reflexão inicial.

 

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“Está muito cedo para definir isso, acho que temos que primeiro fazer um bom trabalho para depois pensar um papel novo na política. Não adianta ficar garganteando e fazendo disputa eleitoral se não mostrar trabalho. (...) Todas as pesquisas mostram que em torno de 30% do eleitorado tem simpatia com o PT. Existe uma rejeição da mesma forma que existe uma rejeição muito forte ao bolsonarismo e ao Bolsonaro. Em um momento de polarização, as rejeições ficam grandes, mas o PT tem dado muitas provas que o PT é um partido vivo”, concluiu. 

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