"Belo Horizonte não é uma cidade conservadora", afirmou Juhlia Santos (PSOL), vereadora eleita, ao ser questionada sobre a polarização na Câmara Municipal para a próxima legislatura. Em resposta às declarações de Pablo Almeida (PL), seu colega eleito, ela não hesitou em se posicionar: "Serei o terror dos bolsonaristas."

 

Eleita com mais de 6 mil votos, ela esteve no EM Entrevista, onde conversou com jornalistas sobre o meio ambiente, pautas LGBTIA+, carnaval e também a próxima legislatura.

 

Leia: Marcelo Aro ‘interfere muito pouco’ no mandato, afirma Flávia Borja

"Eu represento tudo o que eles [conservadores] odeiam, tudo o que combatem, tudo o que insistem em empurrar para a margem da sociedade. Carrego minha cor como marcador de raça, pois sou negra, e isso eu jamais vou deixar de ser. É o que antecede tudo, o que chega primeiro à minha identidade: minha raça. E enfrentamos essa parcela que se diz bolsonarista, cujo principal líder já afirmou, com tranquilidade, que negros deveriam ser pesados em arrobas, e que declarou que seus filhos, bem educados, jamais se envolveriam com mulheres negras."

 

Siga o nosso canal no WhatsApp e receba em primeira mão notícias relevantes para o seu dia

 

Para Juhlia, o bolsonarismo manifesta um racismo explícito. "Eu já carrego esse marcador. Sou uma pessoa dissidente de gênero e gosto de me colocar nesse lugar, pois ele transcende as possibilidades impostas a mulheres e outras pessoas. Sendo dissidente de gênero, também trago uma das principais pautas que eles combatem. Eles combatem minha vida, minha existência, minha capacidade de me mover socialmente. Por isso, afirmo que sou o terror do bolsonarismo", disse. "Espero que tenhamos um espaço realmente democrático, de diálogo e confluência, porque em 2024 não podemos continuar nesse cabo de guerra, enquanto há uma parcela da sociedade que ainda sofre e não é reconhecida como parte da humanidade."

 

Juhlia Santos fez parte do EM Entrevista nesta terça-feira (12/11). Ao longo do dia, o em.com.br vai postar os destaques dessa conversa. Amanhã, quarta-feira (13/11), a edição impressa do EM traz a entrevista na íntegra.

compartilhe