BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro Luis Roberto Barroso, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), criticou a iniciativa parlamentares de anistiar os envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro antes mesmo do fim dos julgamentos sobre o caso. Ele afirmou que essas iniciativas são um incentivo a novos atos extremistas, como as explosões desta quarta-feira (13) na praça dos Três Poderes.

 

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"Algumas pessoas foram da indignação à pena, procurando naturalizar o absurdo. Não veem que dão um incentivo para que o mesmo tipo de comportamento ocorra outras vezes. Querem perdoar sem antes sequer condenar", disse ministro.

 



 

A declaração foi dado durante a abertura da sessão plenária desta quinta-feira (14) em meio a uma defesa institucional da corte depois do atentado. Ele afirmou ainda que não há lugar na democracia para quem pensa que violência é uma estratégia de ação.

 

 

Alguns ministros já haviam se pronunciado antes da sessão. Mas esta foi a primeira manifestação oficial, em nome da corte. Os magistrados voltaram a afirmar que o episódio não foi isolado.

 

 

Barroso afirmou que o episódio se soma ao que já vinha ocorrendo no país há alguns anos. E passou a listar momentos de ataques à democracia.

 

Além disso, o presidente do STF fez um relato da aproximação do homem e da atuação da polícia judicial, afirmando que os agentes foram responsáveis por impedir sua entrada no prédio da corte.

 

Um homem foi encontrado morto em frente à corte após a detonação de explosivos em frente à estátua da Justiça, levando apreensão às classes política e jurídica da capital federal um ano e dez meses após os ataques golpistas contra as sedes da corte, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto.

 

Os prédios do tribunal foram submetidos a varreduras para verificação de eventuais artefatos na madrugada de quarta (13) e manhã desta quinta.

 

Na madrugada, Barroso admitiu a possibilidade de o ministro Alexandre de Moraes assumir a investigação, caso haja conexão com ataques do 8 de janeiro de 2023.

 

"Vou receber o inquérito. Se houver conexão com algum inquérito em curso, será distribuído por prevenção", afirmou Barroso, ao ser questionado sobre a possibilidade de o inquérito ser anexado.

 

Moraes também já se manifestou sobre o caso. Nesta manhã, o ministro afirmou que o ocorrido não é um ato isolado e começou com o chamado "gabinete do ódio" na gestão Jair Bolsonaro (PL)

 

Ele afirmou ainda não acreditar em pacificação no país sem que haja punição a criminosos, se colocando abertamente contra a mobilização de bolsonaristas pela anistia a golpistas que participaram do 8 de janeiro de 2023.

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