O Ministério da Justiça, comandado por Ricardo Lewandowski, está dedicando especial atenção a um movimento do garimpo clandestino que está em curso entre as regiões Norte e Centro-Oeste. A pasta trabalha com informações de que a expulsão dos garimpeiros da Terra Indígena Yanomami, em Roraima, provocou uma expansão da extração ilegal de ouro na Terra Indígena Sararé, no Mato Grosso.

Além da fronteira
A Polícia Federal acompanha a situação. As investigações apontam para a existência de 5 mil garimpeiros em ação na área hoje. A operação contra o garimpo ilegal em Roraima começou em fevereiro do ano passado e ainda está em andamento. Para além do Mato Grosso, as operações estão causando deslocamento de garimpeiros também para áreas em países vizinhos. Nesta semana, a PF iniciou outra ofensiva, desta vez contra garimpos no território Munduruku, no Pará.

Operação conjunta
As ações estão sendo coordenadas pela Casa Civil e envolvem 20 órgãos federais, entre eles as Forças Armadas, Funai, Ibama, Força Nacional e Polícia Rodoviária Federal, além da própria PF. Homologada em 1985, a Sararé tem mais de 67 mil hectares e fica próxima à Bolívia, em uma área nos municípios de Vila Bela da Santíssima Trindade, Conquista D’Oeste e Nova Lacerda. A área é habitada por cerca de 200 indígenas da etnia nambikwara. Além de garimpeiros, há na região madeireiros e grileiros.

Longo prazo
Para a Defensoria Pública da União, que também acompanha de perto a situação, é necessária uma operação mais duradoura na terra indígena, no mesmo padrão da que está sendo feita nas áreas dos Yanomamis e dos Mundurukus. Integrantes do órgão lembram que as operações contra garimpos em Sararé tiveram início nos anos 1990, mas garimpeiros foram retirados e retornaram diversas vezes.

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