O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou após ser indiciado pela Polícia Federal (PF) por tentativa de golpe de Estado, abolição do Estado Democrático de Direito e de integrar organização criminosa, nesta quinta-feira (21/11). O ex-chefe do Executivo teceu uma série de críticas ao ministro Alexandre de Moraes, relator da investigação no Supremo Tribunal Federal, dizendo que o magistrado “faz tudo o que não diz a lei”.

 

 

As declarações de Bolsonaro foram dadas à coluna do jornalista Paulo Capelli, do Metrópoles. O ex-presidente e outras 36 pessoas, incluindo o ex-ministro da Defesa general Braga Netto e o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional e general Augusto Heleno foram indiciados por crimes que somam 28 anos de prisão.

 



 

"O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei", criticou Bolsonaro.

 

O ex-presidente ainda afirmou que precisa ter conhecimento do inteiro teor do relatório da PF, afirmando que a “luta” começa na Procuradoria-Geral da República, que cabe fazer a denúncia contra o ex-chefe do Executivo ao STF. “Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar", finalizou.

 

Segundo a PF, a investigação apurou a existência de uma organização criminosa que atuou de forma coordenada, em 2022, na tentativa de manutenção do então presidente Bolsonaro no poder.

 

 

As investigações duraram quase dois anos com uma série de diligências como, por exemplo, quebra de sigilos, delações premiadas e buscas e apreensões. A PF apontou que os indiciados se estruturam por meio de divisão de tarefas, o que permitia a individualização das condutas e a constatação da existência de seis núcleos:

 

a) Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral;
b) Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado;
c) Núcleo Jurídico;
d) Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas;
e) Núcleo de Inteligência Paralela;
f) Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas

 

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