Jair Bolsonaro (à dir.) se comparou ao presidente da Argentina, Javier Milei (à esq.) -  (crédito: Reprodução)

Jair Bolsonaro (à dir.) se comparou ao presidente da Argentina, Javier Milei (à esq.)

crédito: Reprodução

FOLHAPRESS - "Prezado Javier Milei, meus cumprimentos pelo jeito que você está conduzindo essa nação e conseguindo ótimos resultados. Parabéns pelas medidas, às vezes salgadas, que você está tomando, que estão dando resultado."

 

Por meio de um vídeo gravado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou da abertura do primeiro congresso do CPAC (Conferência de Ação Política Conservadora), que ocorre hoje no hotel Hilton, em Puerto Madero, em Buenos Aires.

 

 

"Nós fizemos no Brasil algo parecido com o que você está fazendo na Argentina, mas tivemos dois problemas, a pandemia e a guerra na Ucrânia. Nós também reduzimos a carga tributária e por três meses consecutivos tivemos deflação. Eu espero que a Argentina continue nessa linha. Os problemas vão aparecendo, mas vamos driblando. A volta de Donald Trump nos dá forças. Ele já reclamou da anistia do filho do Biden, sugeriu que também haveria anistia aos invasores do Capitólio, o que nos leva a defender que também exista anistia aos patriotas que saíram às ruas em 8 de janeiro no Brasil", afirmou.

 

Bolsonaro agradeceu a Milei por receber os bolsonaristas que participaram nos atos e que estão pedindo refúgio na Argentina. "Lutamos pela anistia dessas pessoas".

 

 

O governo brasileiro enviou recentemente ao país vizinho o pedido de extradição de 63 foragidos sob investigação de terem participado dos atos golpistas, em que houve invasão às sedes dos Poderes e depredação.

 

Na CPAC, Bolsonaro falou também de sua situação jurídica. "Não houve golpe, nós apenas conversamos sobre hipóteses constitucionais, mas Lula da Silva quer dizer que eu tentei dar um golpe de Estado. Temos um juiz na Suprema Corte que não segue o devido processo legal. Ele se faz de vítima. E por isso nao tenho meu passaporte. Mas espero que me devolvam para eu poder comparecer na posse do Trump, que me convidou."

 

 

Em conversa com a Folha de S.Paulo antes do inicio da sessão, o deputado Eduardo Bolsonaro, que está na Argentina e faz sua intervenção no evento na parte da tarde, contou que foi visitar os brasileiros que estão presos na Argentina, a pedido da Justiça brasileira, por sua participação na tentativa de golpe de Estado no dia 8 de janeiro de 2023. Eduardo disse que "acredita que estão começando a colocar um freio nas prisões e que dá para reverter", e que espera que logo sejam soltos e que "possam ficar aqui na Argentina, onde há liberdade porque para o Brasil, hoje, não podem estar, infelizmente".

 

O evento do CPAC sessão começou com a execução dos hinos nacionais da Argentina e dos EUA. O auditório não estava lotado, mas os presentes cantaram de pé.

 

 

Depois, foi a vez de Matt e Mercy Schlapp, presidente e anfitriã do CPAC, e Soledad Cedro, CEO da CPAC Argentina, darem as palavras de abertura. "O que o presidente Donald Trump tem a mao de Deus por tras dele, e ele quer que o mundo progrida. Aos comunistas, aos socialistas, aos globalistas, nós temos de para-los, temos de impedir que sigam colocando os nossos atrás das grades, assim como estão fazendo no Brasil, com os seguidores de Bolsonaro. Temos de lutar de volta, resistir", disse Matt Schlapp.

 

O evento, que reúne líderes conservadores de distintos países, como Santiago Abascal (Espanha), Lara Trump (nora do presidente eleito dos EUA), Javier Milei (presidente da Argentina) e Patricia Bullrich (Ministra de Segurança) começou na terça-feira a noite, com um jantar em que os convidados, descontraídos, dançaram os passos do hit setentista "YMCA", do Village People.

 

 

O evento conta com 30 palestras e será encerrado à noite, pelo mandatário argentino. Lara Trump, que é casada com Eric Trump, recebeu um prêmio das mais de Milei. Ela, que também é apresentadora de TV nos EUA, postou o episódio em suas redes sociais.

 

"Argentina e América agora estão unidas em sua visão de liberdade. É nosso dever dar segurança às famílias e rejeitar o comunismo", disse Lara.

 

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Na sequência, foi a vez de Steve Bannon, que disse que a Argentina será "o farol da liberdade da América do Sul. Nossos corações e esperanças estão em Milei. Se ele falhar e a Argentina colapsar para anos de catástrofe, nós, no norte, também não teremos chance de sucesso".

 

Durante a tarde, farão intervenções, entre outros Kari Lake, candidata a senadora republicana pelo Arizona, o lider mexicano Eduardo Verástegui, jornalistas e influencers, como o espanhol Javier Negre.