Lula fala durante coletiva de imprensa sobre sua alta hospitalar -  (crédito: Reprodução/YouTube)

Lula fala durante coletiva de imprensa sobre sua alta hospitalar

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Mariana Niederauer

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) supreendeu e apareceu no meio da entrevista coletiva marcada para o fim da manhã deste domingo (15/12) para atualizar sobre seu estado de saúde. O médico pessoal do presidente, Kalil Filho, havia acabado que anunciar que Lula estava de alta hospitalar

 

 

"Isso aqui não é uma entrevista, é apenas uma sessão de agradecimento", disse Lula ao chegar à sala onde era concedida a entrevista aos jornalistas. Acompanhado da primeira-dama, Janja da Silva, o presidente usava um chapéu para, segundo explicou, esconder o curativo que o cirurgião havia acabado de colocar na região onde foi operado, na cabeça.

 

 

Lula começou sua fala agradecendo a Deus pela vida, e relembrou, além do problema do saúde, do dia em que, por uma pane, o avião em que viajava precisou sobrevoar o México em círculos por horas antes de pousar em segurança.

 

 

Ele explicou também, para fim dos questionamentos, a dinâmica do acidente doméstico que culminou, um mês depois, na hemorragia na cabeça. "Eu não estava cortando a unha do pé, eu estava cortando a unha da mão!", disse, em tom descontraído. Segundo Lula, ele já estava guardando um estojo com os itens que usava quando o desequilíbrio ocorreu, seguido da queda. "Bati com cabeça na hidromassagem, e fez um estrago razoável", relembrou.

 

À época, Lula fez exames e precisou de vários pontos na cabeça. Dado o impacto da batida, o presidente foi orientado a acionar os médicos se sentisse qualquer dor de cabeça, mas admitiu, hoje, que não seguiu à risca a orientação. Na segunda-feira passada, sentiu o que descreveu como uma leve dor de cabeça no fim do dia, mas relacionou o mal-estar ao excesso de exposição ao sol. "Eu achei que  estava com dor de cabeça porque tomei sol. Achei que o problema fosse o sol", relatou.

 

No dia seguinte, acordou com sintomas estranhos, como olhos vermelhos e muito sono. "Toda hora eu abria a boca", disse. No fim do dia, então, indicou a Janja que queria ir ao hospital. "Quando eu fui para o médico seis horas da tarde, viram a tomografia em São Paulo e ficaram assustados e pediram para eu vir urgente", explicou.

 

Lula contou que ficou assustado com a situação, pois pensou que estava curado da queda. "Confesso a vocês que fiquei um pouco assustado pelo volume de líquido que estava na minha cabeça", afirmou. Emocionado, agradeceu a Deus, a Janja, aos enfermeiros, aos médicos e a outros profissionais que o acompanharam nos últimos dias.

 

"Estou voltando para casa agora tranquilo, certo de que estou curado e de que preciso me cuidar", disse o presidente, que ficará em São Paulo até quinta-feira. "Não posso fazer esteira na velocidade de atleta, porque eu não sou atleta. Mas eu posso voltar a trabalhar normal", ponderou.

 

O presidente também confirmou que passará Natal e Ano-Novo em casa. "Eu sou muito disciplinado, sei me cuidar muito bem. Nunca penso que vou morrer, mas tenho medo", garantiu, e emendou: "Vocês sabem que eu reivindico o direito de viver 120 anos".

 

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Lula ainda aproveitou o momento para falar de seu mandato e comentou brevemente a prisão de Braga Netto, reforçando que todos têm direito à ampla defesa. "Quando voltei a ser presidente eu disse a vocês que a minha vontade era fazer o Brasil voltar a ser o que era, voltar à normalidade democrática. Que cada um que cumpra seu papel, cada macaco no seu galho", resumiu, sem poupar críticas à gestão de Jair Bolsonaro (PL). "O Brasil não teve um governo de 2019 a 2022. O Brasil teve uma praga de gafanhotos."