A campanha de Carlos Bolsonaro na eleição para vereador teve como maior fornecedora uma empresa que tem como sócio um primo do ativista bolsonarista Allan dos Santos -  (crédito: Platobr)

A campanha de Carlos Bolsonaro na eleição para vereador teve como maior fornecedora uma empresa que tem como sócio um primo do ativista bolsonarista Allan dos Santos

crédito: Platobr

*Com Bruna Lima, Claudia de Jesus, João Pedroso de Campos e Tatiana Farah

 

A campanha de Carlos Bolsonaro na eleição para vereador teve como maior fornecedora uma empresa que tem como sócio um primo do ativista bolsonarista Allan dos Santos.

 

A Veritas Publicidade e Marketing Ltda recebeu R$ 289 mil do caixa eleitoral de Carluxo, reeleito em outubro para o sétimo mandato na Câmara do Rio.

 

A empresa foi aberta em maio de 2023 e tem como sócios Anderson Braz da Silva Braga (à direita na foto abaixo), primo de Allan dos Santos, e Maurício Jacobsen da Costa (à esquerda), figura emergente no bolsonarismo e organizador do Congresso Brasil Conservador, um dos vários eventos que pipocaram nos últimos tempos aproveitando o boom da extrema direita.

 

 

A Veritas faturou um total de R$ 2,1 milhões com campanhas em 2024, embora seu endereço declarado à Receita Federal seja uma casa de classe média na cidade onde Costa nasceu, Camaquã (RS), a cerca de 130 quilômetros de Porto Alegre (veja o imóvel na imagem acima).


Além de Carlos, a Veritas Publicidade Marketing faturou alto com serviços a três campanhas do PL, todas no estado de São Paulo.

O prefeito eleito de São José do Rio Preto (SP), Coronel Fábio Cândido, pagou R$ 800 mil pelos serviços da empresa; a vereadora reeleita em São Paulo Sonaira Fernandes gastou R$ 350 mil; e o candidato a vereador paulistano não eleito Henry Tkacz, R$ 250 mil. A direção do PL em Sertãozinho (SP) também está na lista de contratantes da produtora, com gastos de R$ 300 mil.

 

 

O primo de Allan dos Santos trabalhou no Terça Livre, blog e canal de vídeo que o ativista mantinha até ser derrubado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, no âmbito de investigações sobre disseminação de notícias falsas e ataques ao Supremo. Alvo de ordens de prisão assinadas por Moraes, o bolsonarista está foragido desde outubro de 2021 e mora nos Estados Unidos.

 

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Questionada pela coluna sobre os serviços a Carlos Bolsonaro e se Allan dos Santos já recebeu valores da empresa, a produtora disse que o blogueiro "não tem ligação alguma com a Veritas e jamais recebeu qualquer repasse da empresa". O fato de o primo de uma estrela do extremismo de direita receber dinheiro do suspeito de chefiar a milícia digital do bolsonarismo, portanto, não passaria de uma coincidência.

 

Como coronel chamava Lula

O coronel Flávio Peregrino, braço-direito do general Walter Baga Netto e alvo de um mandado de busca e apreensão no sábado, referia-se a Lula pelo epíteto “o ladrão”. A referência está em diversas conversas que Peregrino manteve pelo celular, ao longo dos anos de governo Bolsonaro. Peregrino teve o telefone, pen drives e documentos apreendidos pela Polícia Federal no sábado. O coronel foi assessor de Braga Netto na Casa Civil, de 2020 a 2021, e no Ministério da Defesa, de 2021 a 2022.

 

A partilha

A preocupação do Palácio do Planalto em manter boa relação com Davi Alcolumbre, próximo presidente do Senado, pode ser medida pela matemática do rateio entre governo e senadores na escolha das diretorias de agências reguladoras. A ordem é que, nas agências em que houver dois nomes a serem indicados, um seja do governo e outro do Senado. Quando forem três diretorias, duas serão indicadas por senadores. O acordo é que tudo seja pilotado por Rodrigo Pacheco e Alcolumbre.

 

Troca de comando no Exército

Aprovado pelo Senado na semana passada para ministro do Superior Tribunal Militar, o general do Exército Guido Amin Naves passa hoje em São Paulo o Comando Militar do Sudeste para o general Pedro Celso Coelho Montenegro. E quem vem a ser Naves? Em 2022, Naves chefiava o Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército, responsável por jogar água fria nos planos de Bolsonaro de alegar fraude nas urnas.

 

 

Sem atrasos com Xandão

Alexandre de Moraes mandou um dos réus no 8 de Janeiro, Luiz Henrique dos Anjos, refazer do início o curso sobre democracia que todos os réus foram condenados a frequentar. O motivo da ordem foram os atrasos de Anjos. O curso “Democracia, Estado de direito e golpe de Estado” tem carga horária de 12 horas. O TJ do Distrito Federal informou a Moraes que Anjos “chegou atrasado em todas as aulas” e que perdeu ao menos duas das doze horas do curso.

 

A cartada de Aécio

Aécio Neves acionou o STF em busca do encerramento de um inquérito da PF que o investiga na Justiça Eleitoral de Minas Gerais. Alega que a apuração, sobre suposto caixa dois na campanha presidencial de 2014, inclui uma ilegalidade: dados sigilosos que a PGR teria solicitado diretamente ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), sem autorização judicial. Gilmar Mendes será o responsável por decidir se o inquérito prossegue ou não.

 

Arthur Nestrovski e a procrastinação

Por que fazer hoje o que eu posso fazer amanhã? Eis o ponto de partida de “Amanhã eu faço”, livro infantil de Arthur Nestrovski, que, embora esteja em seu 11° lançamento para crianças, é conhecido primeiro pelo talento como músico. O novo trabalho, sobre a procrastinação, sai em janeiro pela Companhia das Letrinhas. As ilustrações são de Bernardo França.