O senador Sergio Moro (União-PR) rebateu uma fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que disse que não teve o direito à presunção de inocência à época da Operação Lava-Jato. O ex-juiz federal, responsável por ter condenado o petista, disse que Lula teve "muito mais direito à defesa e presunção de inocência do que qualquer brasileiro jamais teve".
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O parlamentar ainda afirmou que Lula foi "beneficiado por reviravolta política". "Lula foi desmentido ao vivo na entrevista ao Fantástico. Teve garantido o direito de defesa na Lava Jato e só foi preso após o julgamento. Depois ainda foi beneficiado por reviravolta política. Teve muito mais direito à defesa e presunção de inocência do que qualquer brasileiro jamais teve, inclusive mais do que as pessoas presas preventivamente do 8/1", escreveu Moro, se referindo à entrevista do presidente Lula ao Fantástico, transmitida nesse domingo (15/12).
Lula foi desmentido ao vivo na entrevista ao Fantástico. Teve garantido o direito de defesa na Lava Jato e só foi preso após o julgamento. Depois ainda foi beneficiado por reviravolta política. Teve muito mais direito à defesa e presunção de inocência do que qualquer brasileiro… pic.twitter.com/ty8SGhBJH5
— Sergio Moro (@SF_Moro) December 16, 2024
Na entrevista, Lula comentava a prisão do ex-ministro Braga Netto. "Eu defendo que eles tenham a presunção de inocência que eu não tive. Eu quero que eles tenham todo o direito de defesa, mas se for verdade as acusações, essa gente tem que ser punida severamente para que sirva de exemplo para o Brasil", disse o petista. "Eu não tive direito de defesa, eu fui preso primeiro para depois eu me defender", completou Lula, que foi corrigido pela reportagem.
"Quando o presidente Lula foi preso em 2018, com participação da defesa dele em todas as etapas do julgamento, na época, o entendimento do Supremo Tribunal Federal era de que condenados em segunda instância poderiam ser presos. Esse entendimento mudou em 2019 e a prisão voltou a ser apenas depois do processo transitado em julgado e o presidente foi solto", explicou o Fantástico.
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Braga Netto, no entanto, foi preso preventivamente, sob acusação de interferir na produção de provas em um inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Segundo a Polícia Federal (PF), as medidas judiciais têm como objetivo evitar a reiteração das ações ilícitas.