Wagner Ferreira (PV), Rudson Paixão (Solidariedade), Wanderley Porto (PRD), Michelly Siqueira (PRD), Leonardo Ângelo (Cidadania) e Diego Sanches (Solidariedade) integram o bloco Independência Democrática -  (crédito: Divulgação)

Wagner Ferreira (PV), Rudson Paixão (Solidariedade), Wanderley Porto (PRD), Michelly Siqueira (PRD), Leonardo Ângelo (Cidadania) e Diego Sanches (Solidariedade) integram o bloco Independência Democrática

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A dois dias da eleição para a mesa diretora da Câmara Municipal de Belo Horizonte, a formação do primeiro bloco parlamentar da nova legislatura marcou a reafirmação do voto de Wagner Ferreira (PV) em Juliano Lopes (Podemos) para a presidência da Casa. Em vídeo divulgado nesta segunda-feira (30/12), seis vereadores anunciaram a criação do grupo Independência Democrática, reiterando que o que se convencionou chamar de “bancada progressista” não está coesa sobre a definição do comando do Legislativo da capital mineira no próximo biênio.


O Independência Democrática será o primeiro bloco parlamentar para a legislatura que se inicia em janeiro. O grupo é formado por Wanderley Porto (PRD), Michelly Siqueira (PRD), Diego Sanches (Solidariedade), Rudson Paixão (Solidariedade), Wagner Ferreira (PV) e Leonardo Ângelo (Cidadania). 

 


 

Todos os nomes já estavam entre os parlamentares que declararam apoio a Juliano Lopes para a presidência da Câmara um dia após o segundo turno em BH, em articulação comandada pelo secretário-chefe da Casa Civil do governo estadual, Marcelo Aro (PP). 

 


Lopes era o único nome publicamente apontado na disputa pela presidência da Casa, a ser definida em eleição em 1º de janeiro, ou seja, na próxima quarta-feira. O cenário assim se manteve por quase dois meses, até que Bruno Miranda (PDT), líder do governo de Fuad Noman (PSD), se lançasse formalmente como candidato ao cargo.


A chegada de Miranda ao páreo marcou ainda a entrada mais incisiva do vice-prefeito eleito, Álvaro Damião (União Brasil), nas negociações para formar maioria na votação. O grupo de Aro nasceu com 23 nomes, maioria na Casa, que tem 41 cadeiras. Depois de articulações do time de Fuad entre os parlamentares, Edmar Branco (PCdoB) e Lucas Ganem (Podemos) desistiram do apoio a Lopes e migraram para o bloco governista.


Nas contas de Damião, que agora ocupa a Secretaria de Governo do prefeito reeleito, Bruno Miranda já conta com o apoio de 20 vereadores, precisando de mais dois nomes para conseguir a maioria. Por ter integrado a bancada governista na atual legislatura e fazer parte do grupo de nove parlamentares de esquerda na nova composição da Casa, Wagner Ferreira era um dos nomes mais cotados para fazer o movimento de endossar a candidatura do pedetista apadrinhado por Fuad.

 


O vereador, no entanto, manteve seu apoio a Juliano Lopes. Com a decisão, ele quebra o movimento dos parlamentares de esquerda, que devem apoiar Miranda. Ainda nesta segunda-feira, os nomes eleitos pela federação PT/PCdoB/PV se reunirão com Álvaro Damião para definir os últimos detalhes da articulação. Wagner Ferreira foi formalmente convidado para a conversa.


Ao votar em Juliano Lopes, Ferreira deve ir na contramão de Bruno Pedralva (PT), Luiza Dulci (PT), Pedro Patrus (PT), Pedro Rousseff (PT), Edmar Branco (PCdoB), Cida Falabella (PSOL), Iza Lourença (PSOL) e Juhlia Santos (PSOL). 



Novo bloco


O bloco Independência Democrática é o primeiro a ser formalizado na Câmara Municipal para a próxima legislatura. A vereadora Michelly Siqueira será a líder do grupo, e Rudson Paixão assumirá a vice-liderança.


O grupo de parlamentares eleitos por PRD, Solidariedade, Cidadania e PV afirma ter como principais campos de atuação inclusão social, defesa das pessoas com deficiência, proteção dos animais, preservação do meio ambiente, melhoria da infraestrutura urbana, mobilidade e assistência às pessoas em situação de vulnerabilidade.


Articulação por Fuad


Antes do início da campanha e durante a corrida pela Prefeitura de Belo Horizonte, Wagner Ferreira foi um dos nomes do PV a defender a articulação da esquerda em torno da candidatura de Fuad Noman à reeleição. A ideia original era de que a federação formada junto com PT e PCdoB não tivesse nome próprio na disputa. 


O movimento inicial foi frustrado diante da aliança entre petistas e psolistas com a formação da chapa encabeçada pelo deputado federal Rogério Correia (PT) com a estadual Bella Gonçalves (PSOL) como vice.


Antes da votação de primeiro turno, no entanto, Ferreira e o PV integraram o movimento pelo voto útil em Fuad Noman. A argumentação para o movimento se baseava em evitar um possível segundo turno entre os deputados estaduais Bruno Engler (PL) e Mauro Tramonte (Republicanos). O atual prefeito chegou ao segundo turno atrás do parlamentar bolsonarista e obteve uma virada na segunda votação.


Em entrevista ao Estado de Minas em novembro, Wagner Ferreira, já reeleito para novo mandato na Câmara, reiterou sua postura de apoio a Fuad Noman. “Estávamos certos nessa avaliação lá trás. Havia um risco muito grande de perder as eleições em Belo Horizonte para a extrema direita. Então, o campo progressista, do qual faço parte, errou na hora de fazer as composições. (...) E hoje a gente vê que estava certo nessa tomada de decisão. O PV foi muito criticado, mas a gente está muito tranquilo em relação à decisão tomada para as eleições, pois ela foi acertada”, disse à época.