A escolha do presidente da bancada evangélica do Congresso – ou Frente Parlamentar Evangélica, como é chamada oficialmente – costuma ser feita por consenso. Nunca houve eleição. O próximo ocupante do posto, porém, deve ser decidido no voto. A eleição está prevista para 11 de dezembro. Estão concorrendo dois candidatos: os deputados Otoni de Paula (MDB-RJ) e Gilberto Nascimento (PSD-SP), ambos pastores da Igreja Assembleia de Deus, a maior denominação evangélica no Brasil e também hegemônica na bancada, que reúne 203 parlamentares.

 

 

 

Otoni é um ex-bolsonarista ferrenho e que chegou a dizer que receberia "a bala" petistas que ousassem se aproximar dele e de sua família. Agora, é visto como um parlamentar simpático ao governo Lula — inclusive orou pelo presidente em cerimônia no Palácio do Planalto, em outubro, durante celebração do Dia da Música Gospel. O deputado tem o apoio de dois colegas influentes: o atual presidente da bancada, Silas Câmara (Republicanos-AM), e e Cezinha de Madureira (PSD-SP), outro que visto como aliado do governo. Tanto Câmara quando Cezinha são também da Assembleia de Deus.

 



 

 

Gilberto Nascimento, por sua vez, é delegado de polícia e, diferentemente de seu concorrente, segue aliado de Jair Bolsonaro. É mais próximo também de líderes evangélicos identificados com a direita, como o pastor Silas Malafaia e o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), ambos líderes da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo. Também tem o apoio do pastor e deputado Marco Feliciano (PL-SP).

 

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Ao declarar apoio a Nascimento, Malafaia disse que o pastor é "moderado"e  "não tem inclinação nem à direita ou esquerda". Já Otoni disse ao PlatôBR que continua sendo "um político de direita, conservador e crítico do governo atual do presidente Lula", só que não fará "oposição do quanto pior melhor". "Não sou do tipo que torço para o avião cair porque não gosto do piloto", afirmou.

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