A votação do pacote de contenção de gastos será um divisor de águas nos partidos e ponto de partida de uma reforma ministerial. Há ensaio de queda de braço entre as alas mais governistas e as oposicionistas. No União Brasil, por exemplo, a passagem de uma lista no grupo que desejava substituir o líder Elmar Nascimento foi o motivo para que ele se antecipasse e deixasse o cargo, de forma a se preservar. Porém, votou contra a urgência do pacote, o que pode representar um problema.

 

 

No PP, o presidente da Câmara, Arthur Lira, fez tudo o que estava ao seu alcance para levar o pacote ao plenário. Caso o governo queira mesmo usar a votação do pacote de contenção de gastos para definir seus novos ministros, há quem diga que Lira não pode ficar de fora.

 



 

Assim não dá

 

Os deputados, porém, estão revoltadíssimos com a perspectiva de o governo usar as emendas para aprovar o pacote de gastos. O deputado Luiz Ovando (PP-MS), por exemplo, é direto: “Esse pacote é um amadorismo. Forçou os deputados a assumirem uma responsabilidade de aprovação diante liberação das emendas. Há uma dificuldade muito grande para aceitar esse pacote porque ele penaliza as pessoas que mais precisam”, comentou à coluna.

 

 

Use outros parâmetros

 

A ideia do governo, de usar a votação do pacote de contenção de gastos como parâmetro de fidelidade para uma possível reforma ministerial, não é visto nos partidos como o único ponto a ser levado em conta. O PSD, por exemplo, se viu pressionado a apoiar Hugo Motta para presidir a Câmara e agora deseja compensações.

 

Ainda estamos aqui

 

O discurso da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, na abertura do seminário do partido sobre realidade brasileira foi um sinal de que a legenda não arredará o pé de suas teses, na linha do menos mercado e mais justiça social, com distribuição de renda mais equitativa, direitos sociais, preservação ambiental. O que Gleisi não disse, mas que muitos petistas afirmam nos bastidores, é que as teses do PT têm um eleitorado cativo que lhe garante o segundo turno.

 

 

As contas

 

Sem um candidato de centro viável, e tem muita gente no centro achando que esse candidato não surgirá, as apostas para 2026, a preços de hoje, indicam que será Lula versus um nome radical à direita, ou seja, a manutenção da polarização. Se Lula conseguir manter os partidos de centro ao seu lado, a reeleição será mais fácil. Portanto, avaliam os petistas, Lula não precisa caminhar para o centro. Basta mantê-lo ao seu lado.

 

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Economia de dinheiro

 

Antes mesmo do pacote de corte de gastos, as Forças Armadas já tinham passado por uma contenção em suas despesas, com um dia de folga no meio da semana. Eram
para ser dois dias, porém, os Brigadeiros resistiram.(Com Eduarda Esposito).

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