A Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) barrou dois Projetos de Lei (PL), que poderiam impedir a criação de um novo bairro no terreno do antigo Aeroporto Carlos Prates, nesta quarta-feira (11/12). Ambos os projetos eram de autoria do vereador Bráulio Lara (Novo) e receberam o aval de apenas 12 vereadores.
O primeiro projeto foi o PL 867/2024, que previa a declaração de valores histórico, cultural, educacional, ecológico, comunitário, aeroportuário, ambiental e arquitetônico do Aeroporto Carlos Prates. O texto também reconhecia o Parque Maria do Socorro Moreira, localizado no perímetro do aeroporto, como “símbolo da integração entre preservação ambiental e desenvolvimento econômico” da área, impedindo a supressão da flora existente.
O texto foi rejeitado por 26 vereadores. Ao comentar a negativa dos colegas, Braulio Lara ironizou e disse que a “questão ambiental em Belo Horizonte é seletiva”. “A gente vê que não são todas as áreas verdes que merecem proteção na cidade, assim como não são todas as árvores, assim como a prefeitura faz o que bem entende e o que quer. Buscamos coerência, que o dinheiro do cidadão de Belo Horizonte não seja jogado fora”, declarou.
Já o PL 636/2024 alterava o zoneamento do antigo aeroporto para ser classificado como área de grandes equipamentos econômicos e receber, por exemplo, indústrias. O texto foi rejeitado por 26 vereadores.
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Ao defender os projetos, Lara disse ainda que a batalha pelo aeroporto foi “intensa” e que os “interesses escusos” por trás do fechamento do espaço ainda se revelarão. De acordo com o vereador, mais de mil pilotos eram formados no espaço que servia como escola de aviação.
“São mais de cinco escolas dizimadas, pouquíssimas conseguiram continuar. Todo esse investimento de recursos humanos foram para outras cidades, estados e, quiçá, outros países”, exclamou o vereador do Novo.
Por outro lado, o vereador Bruno Pedralva (PT) explicou que o projeto de um novo bairro é fundamental para Belo Horizonte e afirmou que o aeroporto dava prejuízo para os cofres públicos. O petista destacou as intervenções previstas no local, em especial a construção de moradias populares e equipamentos públicos de educação e saúde.
“É um projeto ousado, e é claro que não vai resolver de um ano para o outro. É um empreendimento que vai demorar anos, envolve muito recurso, dinheiro federal e da prefeitura, mas não tenho a menor dúvida de que isso vai ser muito bom para o povo de Belo Horizonte”, declarou.
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O líder do governo, vereador Bruno Miranda (PDT), rebateu o argumento de que não houve participação popular no projeto do novo bairro. “Houve plenárias com 1.500 pessoas, depois várias reuniões temáticas. Falar que não houve consulta popular é balela, engodo, mentira. Houve participação popular”, disse.