O vice-governador Mateus Simões (Novo) e o ex-governador Aécio Neves (PSDB) entraram em rota de colisão nesta quinta-feira (12/12), com troca de críticas e acusações que envolveram também o presidente do PSDB mineiro, deputado federal Paulo Abi-Ackel.
Nessa quarta-feira (11/12), Aécio disse que o governo de Minas perdeu "protagonismo" e não tem "relevância nacional". Na sequência, no X, Simões rebateu e afirmou que “irrelevância nacional" significa não ter “o nome ligado a corrupção, rachadinhas ou ameaças”. O vice-governador também disse que o governo de Minas está focado em corrigir os estragos e tirar o Estado “das manchetes vergonhosas” causadas por Aécio.
Nesta quinta-feira (12/12), Abi-Ackel defendeu Aécio e rebateu as críticas do vice-governador. O presidente da legenda afirmou que Simões teve um “surto”. O motivo seria a pesquisa de intenção de voto para o governo do Estado, divulgada pelo Instituto Quaest, que coloca Simões na lanterninha da simulação da disputa de 2026. O tucano pontou que o vice-governador usa, sem sucesso, a “máquina pública” para se tornar conhecido.
No levantamento citado por Abi-Ackel, Aécio aparece em segundo lugar e Simões na quinta e última colocação. O primeiro colocado é o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos). Todos são cotados para a disputa pelo governo de Minas em 2026.
“O esforço (do vice-governador) para se tornar conhecido dos mineiros, apesar de contar com o uso da máquina pública e da comunicação oficial, não gerou resultados até agora. Diante disso, ele parece recorrer a ataques gratuitos contra aqueles que, em passado recente, bajulava em busca de uma vaga no PSDB, partido ao qual era filiado, para se candidatar a vereador ou deputado estadual, sem obter êxito e sendo derrotado, com pequeníssima votação naquela ocasião”, disparou o presidente tucano.
Abi-Ackel afirma ainda que Simões esquece que Aécio “foi absolvido de todas as acusações irresponsáveis que lhe foram imputadas e é amplamente reconhecido como o melhor governador da história de Minas Gerais”. O tucano disse também que a gestão de Aécio como governador “surpreendeu a todos com um saneamento econômico, volume extraordinário de obras e um governo exemplar”.
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“Isso contrasta com a anemia política e a falta de obras e investimentos que têm sido impostas aos mineiros por este desastroso ciclo político atual, que, felizmente, está se aproximando do fim”, criticou Abi-Ackel. O presidente do PSDB disse ainda que o “surto” de Simões tem a ver com o fato de Aécio ser uma alternativa para a disputa pelo governo do estado.
O parlamentar finaliza a nota afirmando que na gestão Aécio o governo de Minas tinha uma uma relação de respeito com o governo federal. “Algo que vem faltando sistematicamente nas últimas gestões, prejudicando a voz de Minas no cenário nacional”.
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Em nota enviada ao Estado de Minas, Simões rebateu Abi-Ackel afirmando que foi filiado ao PSDB por 20 anos, mas deixou o partido quando percebeu que ele "não guardava mais nenhuma relação, em MG" com a política que ele defende e pratica. "Depois disso vi imagens de malas sendo carregadas, gravações de pedidos de propina, esquemas de superfaturamento de obras… uma pena que ainda haja quem defenda a política dos acordos financeiros e negócios escusos. Mas entendo o desespero dos que dependem da legenda para se manter agarrados a cargos. Uma política em extinção, não garças a mim, graças ao povo", afirmou.
Também em nota enviada à redação, Abi-Ackel rebateu a nota de Simões, chamado por ele de "irrelevante" e caricato. " Represento Minas há cinco mandatos na Câmara Federal, com honra e enorme dedicação. Por isso, me recuso a dar palanque a uma figura ainda irrelevante da política mineira, que busca notoriedade por meio de ataques e ofensas àqueles que discordam de suas posições. É uma pena que a política ainda produza caricaturas como essa. Mas, pelo que apontam as últimas pesquisas publicadas, teremos que conviver com esse tipo de personalidade por pouco tempo. Felizmente".