O Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) diplomou, na noite desta quarta-feira (18/12), os vereadores eleitos para a próxima legislatura da Câmara Municipal de Belo Horizonte, que vai de 2025 até 2028. A solenidade, que marca o fim do processo eleitoral na capital mineira, também deveria contar com a diplomação do prefeito reeleito Fuad Noman (PSD) e seu vice eleito, Álvaro Damião (União Brasil). No entanto, o chefe da administração da capital ainda se recupera de problemas na saúde e não marcou presença.
A ausência do prefeito foi confirmada por Damião minutos antes do início oficial do evento. Em coletiva de imprensa, o vice-prefeito eleito fez questão de garantir que Fuad se recupera bem da sua última internação e espera sua presença na posse, no dia 1º de janeiro. Ele também ressaltou que não recebeu o diploma por desejar estar com o colega de chapa no momento.
“O prefeito está bem e em casa. O estado de saúde dele é público, todos já sabemos. Ele foi liberado do hospital no último final de semana, e a gente torce pela recuperação o mais rápido possível. Dependendo do estado de saúde dele, acredito que estará na posse. Temos pouco mais de uma semana, então acredito que ele estará presente, sim”, declarou o vice-prefeito eleito.
Damião ainda ressaltou que as questões de saúde do prefeito não interferem na transição, uma vez que ele já cumpre um mandato. “Não temos nenhum tipo de preocupação quanto à transição. Estamos passando para ele o máximo de tranquilidade possível para que ele possa se recuperar bem”, afirmou.
Fuad encerrou um tratamento bem-sucedido contra um câncer ainda durante a campanha eleitoral, em outubro, e passou por duas internações hospitalares desde o fim do pleito. Na primeira situação, ele ficou hospitalizado entre 23 e 28 de novembro para tratar fortes dores nas pernas, decorrentes de uma neuropatia periférica, sequela do tratamento oncológico.
Mais tarde, entre 6 e 14 de dezembro, Fuad voltou ao hospital. Desta vez, a internação foi para o tratamento de um quadro de pneumonia e sinusite. Os trabalhos incluíram suporte de fisioterapia motora e respiratória. Durante o período, o prefeito também fez testes oncológicos que confirmaram a remissão completa do câncer.
Tradicionalmente, o prefeito eleito faz um discurso aos demais escolhidos do último pleito. Apesar da ausência, Fuad deixou uma carta parabenizando os vereadores eleitos e ressaltando que espera uma relação de harmonia e independência com a Câmara Municipal.
“É com imensa satisfação que parabenizo a todos os vereadores eleitos e reeleitos, e ao vice-prefeito, meu companheiro nesta caminhada, Álvaro Damião. Desejo a vocês boa sorte nessa nova jornada, ressaltando a importância de cultivarmos uma relação próspera e independente em busca do bem estar de nossa cidade e dos cidadãos belo-horizontinos. Sou profundamente honrado e orgulhoso em ser diplomado prefeito de Belo Horizonte. A cidade que tanto amo sempre será meu maior compromisso”, escreveu.
A expectativa é que Fuad e Damião sejam diplomados hoje, na sede do TRE-MG, em uma cerimônia mais reservada. Caso o prefeito não possa comparecer, ele pode indicar um procurador para receber o documento em seu nome. Ao todo, 40 vereadores dos 41 eleitos foram diplomados; reeleita, Flávia Borja (DC) também não pôde comparecer à cerimônia.
Parlamento
Convidado para representar o Governo de Minas Gerais, o vice-governador Mateus Simões (Novo), ex-vereador de Belo Horizonte, discursou para reforçar a importância da Câmara Municipal para o funcionamento da cidade. “Há muito valor no parlamento. Quem toma cotovelada no meio da rua, puxão de cabelo, ligação no meio da noite, é o vereador. São os vereadores que representam a forma mais autêntica e forte do exercício democrático. Eu recomendo que todos os políticos tenham na sua vida a experiência de passar pela vereança”, declarou.
Segundo o vice-governador, a Câmara é fundamental para garantir que a política pública chegue ao destino final, e por isso é preciso respeitar o processo eleitoral. Simões ressaltou que Belo Horizonte “empobreceu” nas últimas três décadas e que os problemas da capital precisam ser encarados pelos eleitos.
"Belo Horizonte é uma cidade que, ao longo das últimas três décadas, se empobreceu, se tornou uma cidade mais perigosa, perdeu seus jardins e precisa de um cuidado de zeladoria importante. BH convive com um tema delicado, que é a população em situação de rua e o uso de drogas. Todos os problemas são muito complexos e difíceis de serem resolvidos, mas que não serão endereçados senão pela ação dos senhores (eleitos)", declarou.
O presidente do TRE-MG, desembargador Ramom Tácio de Oliveira, também discursou, evidenciando a importância da Câmara Municipal e defendendo o processo eleitoral. “Chegou a hora do eleito atender à expectativa da população. Chegou a hora de transformar a cidade em um lugar melhor para se viver. Vocês foram eleitos para representar a população belo-horizontina, então façam dessa cidade o melhor espaço do mundo”, frisou.