Faltando pouco mais de uma semana para a posse, marcada para o dia 1º de janeiro, o prefeito Fuad Noman (PSD) se reuniu na manhã de ontem, ainda hospitalizado, com aliados para discutir ações e possíveis nomes para sua nova gestão. Estiveram juntos ao prefeito o secretário municipal de Assuntos Institucionais e Comunicação Social da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), Paulo Lamac (Rede Sustentabilidade); o procurador-geral do município, Hércules Guerra; o secretário municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leonardo Colombini e assessores.
Em outubro, Fuad Noman declarou a intenção de aumentar o número de secretarias municipais de 14 para 18. Podem ser criadas as secretarias de Segurança Alimentar e Nutricional, Mobilidade Urbana, Administração Logística e Patrimonial e Secretaria-Geral. A medida seria uma tentativa de acomodar diversas legendas que declararam apoio ao pessedista durante o pleito no qual derrotou o deputado estadual Bruno Engler (PL). Procurado pela reportagem, Paulo Lamac não retornou as ligações.
Contudo, o vereador e líder do governo na Câmara de Belo Horizonte, Bruno Miranda (PDT), afirmou, recentemente, que as tratativas para o secretariado podem ser adiadas devido à saúde do prefeito Fuad Noman. “Com o tratamento de saúde do Fuad, acredito que os partidos entendem o momento e que isso pode atrasar as negociações e as conversas. Eu acho que o prefeito, neste momento, tem que cuidar da saúde dele e depois, quando estiver liberado pelos médicos, ele vai tratar desta nova formação.
Acredito que sim (que o secretariado atual pode ser mantido), mas é uma decisão do prefeito”, afirmou.
Tanto os partidos que apoiaram o prefeito ainda no primeiro turno, como Solidariedade, União Brasil, PRD, Agir, Avante e a federação de PSDB-Cidadania, quanto os que aderiram a partir do segundo turno, como PSB e as federações PT-PCdoB-PV e Psol-Rede Sustentabilidade, podem ser acomodados nos primeiros escalões do Executivo municipal. Alguns chegaram a sugerir nomes para pastas específicas.
Membros do Partido dos Trabalhadores, por exemplo, sugeriram o médico infectologista e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Unaí Tupinambás para a pasta da Saúde; a sigla também demonstrou interesse na Cultura e pleiteia a manutenção da subsecretaria de Segurança Alimentar e Nutricional, Darklene Rodrigues Dias, na Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania.
Outros nomes devem seguir na gestão, como o caso do secretário Paulo Lamac, que chegou a ser exonerado temporariamente do cargo para se dedicar de forma integral a coordenar a campanha do prefeito à reeleição. Lamac chegou a divergir da posição do seu partido e da federação, que declararam apoio ao candidato e deputado federal Rogério Correia (PT), se mantendo alinhado ao político do PSD.
Alta hospitalar
A reunião desta segunda ocorreu no Hospital Mater Dei, na região Centro-Sul da capital mineira, onde o prefeito se recuperou de um quadro de diarreia e sangramento intestinal. Fuad Noman usou uma máscara e esteve sentado em uma cadeira de rodas durante o encontro. À tarde, o prefeito recebeu alta e poderá seguir com o tratamento fisioterápico em domicílio e será acompanhado regularmente por uma equipe médica.
O prefeito foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na última quinta-feira, deixando o tratamento intensivo no domingo. No início de julho, já no início da campanha eleitoral, ele anunciou que passava pelo tratamento de um linfoma não Hodgkin, um tipo de câncer que se origina nas células do sistema linfático. Próximo ao final do segundo turno, ele anunciou que o médico afirmou que estava curado.
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No final de novembro, fortes dores nas pernas fizeram com que Fuad Noman fosse internado no Mater Dei para tratar o quadro, fruto de sequelas do tratamento oncológico, recebendo alta no dia 28. Alguns dias depois, um quadro de pneumonia e sinusite fizeram com que Fuad fosse internado por quase uma semana, onde recebeu tratamento fisioterápico, respiratório e motor.
Devido aos problemas de saúde, o prefeito enviou o procurador-geral Hércules Guerra para lhe representar na diplomação na última quinta-feira. A ausência levantou a possibilidade de adiamento da posse, o que é permitido pela Lei Orgânica do Município, mas foi rechaçada pelo vice-prefeito eleito, Álvaro Damião (União Brasil).