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PL deixa base de Zema na Assembleia e forma bancada independente

Grupo de 11 deputados será liderado pelo deputado Bruno Engler (PL), que ganha uma cadeira no Colégio de Líderes; apoio ao governador se reorganiza

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O Partido Liberal (PL) se movimentou para formar uma bancada independente na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e deixar o bloco de apoio ao governo de Romeu Zema (Novo). A mudança foi protocolada nesta quarta-feira (5/2), confirmando o deputado estadual Bruno Engler como líder do partido na Casa, após um imbróglio com a base do Executivo que fazia parte do grupo “Avança Minas”.

O imbróglio entre a legenda e o Executivo ocorre desde a eleição da mesa diretora, que teve o então líder do bloco Gustavo Santana (PL) eleito como 1º Secretário da ALMG em disputa contra o correligionário Antônio Carlos Arantes (PL). Em contrapartida, o acordo levaria Engler à liderança da coligação.

 

No entanto, o Estado de Minas apurou com fontes do Legislativo que o governo Zema tentou intervir para que Engler não fosse conduzido ao cargo, e demais partidos tentaram alçar Arantes à cadeira de líder. Sem um acordo, a ampla maioria dos deputados do PL havia concordado com a saída do bloco nessa terça-feira (4/2), e posteriormente os 11 parlamentares, incluindo Arantes, assinaram a criação da bancada independente com a liderança de Bruno Engler.

Apesar da saída do bloco, os deputados liberais terão autonomia para votar com o governo sem qualquer tipo de retaliação da bancada. Ocorre que, agora, Engler possui uma cadeira no Colégio de Líderes, que define a pauta do Plenário e podem fazer acordos que alteram procedimentos específicos na tramitação das matérias - o deputado inclusive pode vetar essas mudanças, uma vez que precisam ser referendadas pela totalidade do grupo.

Ao oficializar a bancada em sessão nesta quarta, Engler agradeceu o apoio dos correligionários e reforçou que vai defender os valores bolsonaristas de "Deus, pátria, família e liberdade".

“Essa decisão de tornarmos bancada, com essa nova liderança, é justamente por entender que o PL pode e deve ter uma voz mais ativa aqui na Assembleia. Como bancada, o PL poderá, junto com outros parlamentares que integram o Colégio de Líderes, ajudar a ditar os rumos dessa casa. Meu compromisso com todos os deputados que me indicaram e com o povo de Minas Gerais. Continuarei empenhado na defesa dos nossos valores e princípios”, disse Engler.

Com a saída do PL, o Avança Minas precisou fazer um rearranjo para manter o número mínimo de 16 deputados que formam um bloco parlamentar. O movimento fez com que os sete deputados do Republicanos e do Avante deixassem o bloco Minas em Frente, que até então era a maior coligação da Casa com 31 parlamentares, para compor com a outra coligação e formar um grupo com 22 deputados.

O Avança Minas será formado por MDB, PSDB, PSB, Cidadania, Republicanos, Avante, PRD, PDT, e Solidariedade. A nova composição ainda não indicou um deputado para representá-los como liderança. O Minas em Frente, que segue sendo o maior bloco, conta com PSD, PP, Podemos, União Brasil, PMN e Novo. O grupo deve seguir com o deputado Cássio Soares (PSD) como seu líder.

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O grupo de oposição ao governo Zema não teve mudanças na sua estrutura. O bloco conta com 20 deputados e é composto por PT (11), PV (5), PCdoB (1), Rede (2) e PSOL (1). O líder vai continuar sendo o deputado Ulysses Gomes (PT).

Racha antigo

O imbróglio entre Zema e os deputados do PL não é novidade na Assembleia Legislativa. Os deputados já nutriam uma independência e, em diversas ocasiões, votavam "rachados" nas matérias de interesse do Executivo, em especial a ala mais próxima ideologicamente do grupo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Com o desembarque da base, a bancada pode causar dificuldades na articulação de projetos que precisam de um quórum qualificado e maioria ampla na ALMG, como Projetos de Emenda à Constituição (PEC).

Em setembro de 2023, por exemplo, o governo tramitou uma proposta que aumentava em dois pontos percentuais o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para produtos considerados supérfluos.

O texto foi aprovado com uma margem pequena de quatro votos, sendo que três deputados do PL votaram contra, e outros três se abstiveram. Engler, por exemplo, votou contra; e Arantes e Gustavo Santana, a favor. Na época, o deputado chegou a ser destituído da vice-liderança do governo na ALMG.

No primeiro semestre de 2024, Zema enviou um projeto de recomposição inflacionária do salário dos servidores. Contudo, sob protesto das forças de segurança que pleiteiam um reajuste superior a 10%, o deputado Sargento Rodrigues (PL) articulou uma emenda que atendia a demanda da categoria. A base de Zema derrotou o reajuste, mas outros cinco deputados apoiaram a iniciativa do correligionário.

No fim do ano, a cúpula do PL em Minas Gerais se reuniu com o governador para tentar aparar as arestas. Na época, o deputado federal e presidente da legenda no estado, Domingos Sávio, disse ao Estado de Minas que o governo precisava de maior atenção com a questão da Segurança Pública. “O PL e o Zema têm uma tendência de afinidade de princípios, mas essa questão precisa ser resolvida pelo governador para superarmos os pontos de conflito”, afirmou.

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