Delação de Cid: Bolsonaro encaminhava ‘fake news’ do próprio celular
Redes sociais do ex-presidente Jair Bolsonaro eram administradas pelo filho, Carlos Bolsonaro. Notícias falsas eram espalhadas por influenciadores
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Siga noO ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes derrubou, nesta quarta-feira (19/2), o sigilo da delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O Estado de Minas teve acesso ao documento em que Cid revela detalhes sobre supostas articulações de golpe de Estado após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas em 2022 e o funcionamento do chamado “Gabinete do Ódio”.
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O grupo atuava na criação de notícias falsas com o objetivo de atacar integrantes de instituições públicas, desacreditar o processo eleitoral brasileiro, reforçar o discurso de polarização, gerar “animosidade” e promover o descrédito dos poderes da república, além de outros crimes.
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Em um dos depoimentos, Cid revela que Carlos Bolsonaro (PL) administrava as redes sociais do ex-presidente e pagava influenciadores para replicar conteúdos com notícias falsas que beneficiassem o ex-presidente.
“Às vezes eles não encaminhavam notícias, mas sim ideias ou adotar um determinada direção. Eles tinham uma sensibilidade grande de saber o que dava o engajamento e o que não dava; às vezes eles brigavam com o ex-Presidente porque o Presidente publicava coisas que eles não queriam”, afirmou o documento.
O X, antigo Twitter, e o Instagram do ex-presidente eram administrados pelo grupo, mas Bolsonaro fazia questão de fazer publicações no próprio Facebook. No entanto, o ex-presidente enviava mensagens de seu celular para empresários contendo informações falsas ou tendenciosas. “Normalmente ele encaminhava coisas que ele recebia de outros", afirmou Cid.
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O documento ainda aponta, segundo Cid, que Bolsonaro falsificou comprovantes de vacinação contra a Covid-19 para a família, incluindo a filha mais nova, Laura Bolsonaro.