FUNCIONALISMO

Policiais e bombeiros elevam pressão sobre governo Zema

Forças de segurança protestam por recomposição salarial; governo não se manifesta

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Na véspera do carnaval, servidores das forças de segurança pública aumentaram a pressão sobre o governo de Romeu Zema (Novo). Eles fizeram uma manifestação nessa sexta (28/2)  contra o governador no Centro de Belo Horizonte. A data foi escolhida para que os turistas que estão na capital mineira, segundo as entidades de classe, “saibam” como as forças de segurança são tratadas no estado.

Policiais civis, militares e penais reivindicam a recomposição das perdas salariais, incluindo a reposição do acumulado da inflação de janeiro deste ano, além da instituição do auxílio-alimentação, que já vem sendo estudado por Zema desde o ano passado, quando o governo criou grupos de trabalho nas corporações para avaliar essa possibilidade.

Ainda não há nada oficial nesse sentido, mas o governador afirmou, mais de uma vez nos últimos dias, que virão “coisas boas” para a categoria em março. A expectativa é que o governo anuncie, após o carnaval, o pagamento do vale-refeição para a categoria, a única do estado sem direito a esse benefício. O pagamento já teria sido aprovado pela Comissão de Finanças (Cofin) da Secretaria de Estado da Fazenda e poderá ser anunciado no próximo dia 7. No entanto, ainda não há confirmação da Fazenda.

Durante o ato, os manifestantes distribuíram máscaras do governador com nariz de Pinóquio e bananas para a população. A fruta faz referência a um vídeo publicado por Zema em suas redes sociais no mês passado, no qual ele aparece comendo uma banana com casca para criticar a alta dos preços dos alimentos. A banana também foi mencionada no refrão de duas músicas em tom de crítica ao governador, uma em ritmo sertanejo e outra em samba.

De acordo com os manifestantes, Zema mentiu para a categoria ao prometer a recomposição parcelada dos salários até 2022 e, posteriormente, vetar parcelas do reajuste. O acordo firmado previa a recomposição das perdas inflacionárias acumuladas ao longo de seis anos, de forma escalonada, com 13% em 2020, 12% em 2021 e 12% em 2022. No entanto, apenas a primeira parcela foi paga.

“O governador deu 300% de aumento para ele e uma banana para as forças de segurança”, disse o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Minas Gerais (Sindpol-MG), Wemerson Silva de Oliveira. Segundo ele, essa é a primeira manifestação das forças de segurança neste ano. “Outras manifestações virão”, afirmou.

Renato de Alcino Vieira, delegado-geral e dirigente do Sindicato dos Delegados de Polícia de Minas Gerais (Sindepominas), cobrou o cumprimento dos compromissos assumidos pelo governo. “Queremos que o governo de Minas cumpra o que prometeu à categoria sobre a recomposição salarial e o auxílio-alimentação e, no caso dos policiais civis, as promoções objetivas. O governo criou essa expectativa, trouxe essa esperança para os policiais e não cumpriu”, declarou o delegado.

 

VICE NO ALVO

Durante o ato, o vice-governador Mateus Simões (Novo) também foi alvo de críticas. Os policiais o responsabilizam pelo veto às parcelas de recomposição prometidas pelo estado e não pagas. Pré-candidato à sucessão de Zema, Simões foi duramente criticado.

O vereador de Teófilo Otoni, Sargento Monteiro (PL), afirmou que Simões esteve no início de fevereiro em Jampruca, na Região Leste do estado, para entregar uma viatura da Polícia Militar. “Por que ele não foi ao batalhão da PM ver a situação que a tropa enfrenta? O servidor da segurança não dorme nem come viatura. O que ele quer é um salário digno”, declarou.

A manifestação foi conduzida pelo deputado estadual Sargento Rodrigues (PL), principal representante das forças de segurança no Legislativo. Ele classificou o ato como um sucesso e denunciou tentativas de desmobilização por parte do comando das forças de segurança. “Chegaram a distribuir tabelas de recomposição salarial como se fossem dados oficiais, mas, mesmo assim, não conseguiram desmobilizar a categoria”, afirmou.

Segundo o deputado, após o carnaval, será convocada uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais para discutir o reajuste das forças de segurança, com a presença de representantes do governo e da categoria.

Os policiais fecharam o cruzamento das avenidas Afonso Pena e Amazonas, na Praça Sete, e seguiram em passeata até a sede do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), na Rua da Bahia, onde encerraram o ato. O governo de Minas foi procurado pela reportagem, mas, até o fechamento desta edição, não se manifestou sobre a manifestação, a recomposição salarial ou o auxílio-alimentação para as forças de segurança.

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